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TABELA DE EGW - PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

 

 

Este é um assunto extremamente delicado porque toca na alma de todo adventista fiel que com certeza já foi muito abençoado pelos escritos de EGW.

 

Como todos, eu tb vivia defendendo EGW, porque fui muito abençoado pelos seus escritos...Deus usou e usa estes escritos inspirados..tenho certeza disso.

 

Mas....nem tudo são flores

 

A historia de como estes inscritos inspirados foram pertencer a autoria de EGW não é nada bonita, mas muito, muito muito, decepcinante..

 

Os escritos em alguma parcela são bastante inspirados, mas temos que TESTAR tudo a luz do evangelho e do unico caminho, verdade e vida, que é Jesus...e quando testamos, algumas coisas passam e outras não.

 

Percebi que excetuando é claro o livro "Caminho a Cristo, desejado de todas as nações e diversos outros escritos. que muitos assuntos bíblicos principalmente do novo testamento, não recebiam esclarecimento dela, (gálatas, romanos, praticamente todas as ideias de Paulo) e de certa forma alguns escritos dela impediam as cartas paulinas de pertencerem de forma mais plena na igreja, então decidi pesquisar se as acusações a ela de plagio ou não eram verdadeira ou falsas ...bom..infelizmente as vezes é melhor não saber a verdade, dói, cheguei até a chorar o dia que descobri a verdade sobre isso..fiz um resumo aqui

 

Para ler mais a respeito  clique aqui



E. G. White 1911 - "Por débil e defeituosa que seja, a igreja é o único objeto ao qual Deus confere seu supremo cuidado. É o palco de sua graça, no qual se deleita revelar seu poder para transformar os corações." - The Acts of the Apostles página 12.



John Harris 1836 (edit. de 1870) - "Mas a igreja de Cristo, por débil e defeituosa que seja, é o único objeto sobre a terra ao qual confere seu supremo cuidado... É o palco de sua graça, no qual faz experimentos de misericórdia sobre os corações humanos, e efetua transformações." - The Great Teacher, página 160.


 
É notório, que o autor do texto, se referia a sua denominação.
A Sra. Ellen White, tomou pra si o texto, e tentou aplicá-lo a seita adventista do sétimo dia,dando à entender, que o Criador Eterno, estava apoiando o que fazia e, ainda faz  este movimento contraditório. 


Esse texto é exibido pela metade nas pregações, revistas e lições da igreja por muitos líderes e membros da IASD, como prova que o adventismo é valorizado pelo criador. Contudo sua autoria e sua aplicação,nada tem com o sitema adventista. 
 

 

          PONTOS POSITIVOS                                                                 PONTOS NEGATIVOS                                                                            

 

Livros abençoados, promotores de muitas verdades e usados por Deus para a conversão de muitas almas

 

Trazem aspectos judaizantes, exclusivistas, sectaristas, mosaicos, focam por demais a lei, o sábado, alimentação como religião, interpretação de apocalipse e Daniel segundo problemas do seculo XIX (imposição do domingo e as "leis azuis" americanas  gerou interpretação não fundamentada nos evangelhos do apocalipse e marca da besta)

 

 

Excelente seleção de diversos  autores da época feitos e copilados por EGWhite e suas dezenas de assistentes

 

Os autores não foram citados projetando EGWhite de forma a gerar sobre ela muita admiração, excesso de autoridade e liderança,  e por fim gerou uma idolatria sem limites capaz de se criar milhares de museus em memoria dela no fundo de Igrejas e universidades

 

 

Excelente acervo cultural teologico

 

Devido a idolatria, adventistas tendem a fazer desse acervo a palavra final e "a interpretação infalivel da Biblia" Dr Walter Martin

 

Excelente contribuição para a saúde pública

 

Fazer da saúde religião, esquecendo que o reino de Deus não é "comida e bebida" e que a contaminação está mais nos pensamentos do que no que "entra pela boca do homem".

 

 

Bom relacionamento com o mundo natural , leis naturais, racionalismo cristão

 

Deficiente relacionamento com o mundo espiritual, curas sobrenaturais, expulsões de demonios (que são marcas nos evangelhos)

 

 

Tentativa de igualar velha e nova aliança baseado que existe um mesmo Deus no velho e novo testamento

 

Desconhecimento sistemático das grandes diferenças entre velho e novo testamento, dos principios que regem a velha aliança (judaismo) dos principios que regem a nova aliança (cristianismo)

 

 

 

O povo se organiza em termos de opiniões em torno dos livros considerados tão sagrados quanto a Bíblia , possuindo grande autoridade de interpretação da mesma

 

Forma-se um grupo separado dos demais cristãos por não comungarem as mesmas opiniões em diversos temas e visões da realidade

 

 

Organização da fé em torno do que se crê, definindo assim uma identidade adventista para com toda a realidade

 

Palavra final, dogmatica e absoluta em diversos temas infinitos  que necessitam mais profunda compreensão e constantes revisões

 

Excelentes livros de meditação e edificação espiritual

Perigo de se negligenciar outros autores mais esclarecidos em diversos pontos bíblicos e de reduzir nosssa compreensão bíblica aos escritos de EGW

 

A declaração de ser único povo, remanescente fiel , povo que não pertence a babilonia que seria a confusão religiosa, aumenta a auto-estima e o estimula a ser um missionario trazendo pessoas para sua Igreja. A disputa de ideias o motiva e o convencer os outros o realiza. 

O exclusivismo em desobediencia a mentalidade de Cristo que defende um aprisco espiritual , a arrogancia, a militancia doutrinaria , a setgregação e o espirito combativo das outras igrejas, passam ser uma realidade eclesiastica.

 

 

 

 

 

 

 

COMO LER OS LIVROS DE ELLEN WHITE SEM EXTREMISMO

 

 

 

 

 

 

 

 

2001

 

Introdução

 

"Com respeito aos testemunhos, nada é ignorado; nada é posto de lado; mas o tempo e o lugar devem ser considerados". Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 57. ("Nada é posto de lado", quer dizer, sem motivo ou razão.)

 

Advertimos desde já, que o nosso propósito é fortalecer a fé do povo adventista, e de modo algum rebaixar ou denegrir o dom de profecia manifestado em Ellen White. Pelo contrário, pretende-se realçar a sua importância sem deixar de sublinhar as suas limitações e fraquezas, porque essa é deveras a única perspectiva bíblica, ajudando-nos a entender o porquê de erros, posturas radicais, contradições, plágio, etc.

 

Muitos dos assuntos aqui reunidos têm sido permanentemente utilizados pelos críticos para difamar a veracidade do dom de profecia no ministério de Ellen e na Igreja Adventista. Alguns irmãos atribuem as citações a falsificações propositadas, cometidas pelos próprios críticos ou pela Associação Geral (já ouvimos de tudo!); mas essa atitude nem é honesta nem bíblica, mas infantil e despropositada.

 

Essas questões levantadas, não o são propriamente pelos críticos, mas surgem aqui e ali durante a leitura que fazemos (os que fazemos!) do Espírito de Profecia, e requerem, pois,uma resposta coerente. Vamos deitar para o lixo tudo o que escreveu Ellen White, porque também ela foi uma pecadora e cometeu erros? De maneira nenhuma! Onde está escrito que o profeta deve ser imaculado? Que os críticos deitem o esterco preconceituoso das suas mentes para fora. Qual foi a atitude de Paulo para com os coríntios? O que dizia Paulo de si mesmo? Ele disse era o maior dos pecadores! (exagerou). Além do mais ensinou a reter o bem (não disse para rejeitar tudo!).

 

BOM, ESTE MATERIAL PELO MENOS, BEM DIFERENTE DOS OUTROS,  JÁ DEMONSTRA ACEITAR OS ERROS DE E G WHITE E NÃO FICAR SIMPLESMENTE JUSTIFICANDO, MOSTRANDO QUE OS “CRITICOS” TINHAM RAZÃO . PENSO QUE PEDIR DESCULPAS POR CLASSIFICA-LOS SIMPLESMENTE DE CRITICOS E INIMIGOS SEJA UM INICIO MAIS HONESTO TAMBEM

 

Como veremos, também a irmã White foi "marota" em várias ocasiões, agindo conforme a sua natureza pecadora. Só um desconhecimento supino do Espírito de Profecia, e sobretudo do paradigma bíblico acerca dos dons, leva alguns a tomar posições extremistas, as quais não só corrompem o próprio mas, o que é mil vezes pior, contaminam os crentes com preconceitos endiabrados, extremistas e desfigurados. E o mais interessante é que, quando vamos falar com essas pessoas, verifica-se que não leram nem 1/3 das quase 25.000.000 de palavras que Ellen escreveu!...

 

SÓ DESTE RAPAZ CHAMAR OS ESCRITOS DE EGW DE ESPIRITO DE PROFEIA, DEMONSTRA QUE ELE NÃO ENTENDE QUE ESPIRITO DE PROFECIA É PARA TODOS, “TODOS PODEREIS PROFETIZAR” i COR 14:31 “PERTENCE AOS IRMÃOS” PLURA..APOC 19:10... E NÃO É EXCLUSIVIDADE DE NINGUEM, O QUE TORNA UM ELEMENTO DE IDOLATRIA, CLASSIFICAR OS ESCRITOS INSPIRADOS DESTA SENHORA E DE QUEM ELA COPIOU DE “ESPIRITO DE PROFECIA”

 

É para rir ou para chorar? Todavia, também é verdadeiro, que muitos dos nossos irmãos são mais ignorantes do Espírito de Profecia do que muitos críticos (o que é uma vergonha). Leia a última frase outra vez.

 

Se lemos o Espírito de Profecia por conta própria,alheados do paradigma bíblico, adaptando modelos espúrios,desconsiderando as regras básicas para uma hermenêutica dos textos, não só desembocaremos num beco sem saída, como cometemos pecado atrás de pecado, ao omitir, camuflar, evitar,serpentear, negligenciar, sonegar e subtrair os dilemas, ficando inaptos para explicar a nossa fé; pois, ainda que esta tarefa esteja principalmente a cargo dos doutores (Ef.4:11,12), todos devem empenhar-se (segundo o nível do dom repartido a cada um).

 

A primeira parte é um adminículo para compreender o paradigma bíblico (leia e releia para ler de novo, uma e outra vez...). Trata-se de um esboço. O mesmo tema está desenvolvido noutro folheto: "Ellen G. White: os sonhos, as visões e os primeiros escritos (1844-1851)".

 

A segunda parte é dedicada a diversos temas, dentre os quais, analisaremos posturas radicais, erros e contradições, situações de pecado, idéias despropositadas, etc.; situações normalíssimas da vida da profetisa, como se demonstrará recordando alguns versículos bíblicos. No livro The White Truth, publicado pela Igreja Adventista em 1981, como resposta ao plágio que Ellen praticou (desmentidamente!), o autor John Robertson, depois de reconhecer o dilema colocado pelos críticos (principalmente, Rea), realça a importância dos escritos de Ellen e escreve:

 

 

"A influência do Espírito de Profecia [Os Escritos da Sra. White] é como um tecido dentro de um tear  na fé  Adventista, de sua vida e organização . . . Que nós e a igreja possamos  fazer uma reflexão de nossa fé na autoridade evidente e divina dos escritos de Ellen G. White." The White Truth, p. 61.

 

Algo evidente, que sobressai, que se deixa ver. Consideramos que Robertson erra ao falar de autoridade, pois confunde as tarefas, já que a autoridade (em termos teológicos) pertence à Igreja e à sua capacidade de escrutínio dos dons de profecia segundo a norma (regra) da Sola Scriptura. Portanto, a autoridade dos escritos de Ellen dependeu do juízo da Igreja à luz das Escrituras.

 

CONSIDERANDO QUE A IGREJA É INVISIVEL, A GRANDE MASSA ESTÁ LÁ FORA DO ARRAIAL ADVENTISTA, ENTÃO, ELA TÁ PERDIDA. MAS AUTORIDADE DE PAULO FOI AUTO-SUSTENTÁVEL NELE MESMO, SEGUNDO ELE, EM GÁLATAS, E EM CORINTIOS FOI DEMONSTRADA NÃO COM PALAVRAS MAS EM DEMONSTRAÇÃO DE PODER, E EM 2 CORINTIOS, SEM NECESSIDADE NEM DE CARTA DE RECOMENDAÇÃO DA IGREJA, POR ENTENDE QUE AS PESSOAS NASCIDAS DE NOVO SÃO CARTAS ESCRITAS NÃO COM TINTA DE RECOMENDAÇÕES, MAS PELO ESPIRITO DO DEUS VIVO.

 

Ora, como veremos essa foi uma das tarefas de Ellen e da Igreja ao longo dos anos: a de suprimir, depurar, extirpar equívocos, limpar os erros (contradições, exageros) mas ela mesma autoriza isso.

 

O que acontece lamentavelmente, como o têm feito nos bastidores é não informar o povo (coisa gravíssima), muitos encaram isso como falsificações, adulterações e manipulações textuais (e com razão!). Além do mais, essa falta de comunicação franca e sincera, em certo sentido,  tem servido para engendrar todo o tipo de extremismos e fanatismos insuportáveis, bem como o excesso dos críticos.

 

No mesmo ano, a Conferência Geral analisou a questão e expressa as suas conclusões num documento intitulado "The Dallas Statement". Depois de lembrar que o dom de profecia é uma manifestação dos dons do Espírito e uma marca que identificaria o remanescente, reconhece a autoridade dos escritos de Ellen enquanto fonte de verdade que providencia à Igreja conforto, orientação, instrução e correcção, mas sublinha claramente que a Bíblia é a medida, modelo, padrão, bitola (standard) através da qual toda a doutrina e experiência deve ser testada (must be tested). Consulte: Statement 17. Isto, levado às últimas consequências é absolutamente verdadeiro, quer dizer, bíblico, teológico; pois é uma afirmação inequívoca da Sola Scriptura.

 

Lemos em alguns autores, que os escritos de Ellen são "an inspired commentary on the Bible" (um comentário inspirado da Bíblia), expressão que pode ser tomada como verdadeira ou falsa, ambígua, despropositada e adequada ao mesmo tempo. È falsa se lhe atribuem qualquer tipo de infalibilidade, inerrância, - pois a própria Bíblia não é inerrante como alguns sugerem - descuidando o seu sitz im leaben (contexto). O seu carácter é essencialmente devocional ou pastoral (sublinhe e memorize); não é primariamente teológico nem doutrinal. Esse é o equívoco que  Morris L. Venden comete as vezes.

 

Paradigma bíblico (Paulo aos Coríntios)

 

No c. 14 Paulo salienta o dom de profecia por ser aquele mais apto para ajudar os crentes a se desenvolverem e avançarem em sua inquirição espiritual. A profecia é muito superior (maior; cf. v.5 e compare com Mc.9:35) às línguas, a menos que estas sejam traduzidas ou interpretadas para benefício do corpo. Em tudo prevalece o amor como força controladora dos dons espirituais, enquanto garantia do seu uso espiritual (em contraste com o abuso carnal).

 

Particularmente interessante é o v.3 onde se deixa bem claro que o propósito fundamental da profecia (sublinhe) é a edificação, exortação e consolação, contribuindo para o nosso desenvolvimento espiritual. E no v.12, sobre os dons do Espírito, insiste e exorta: procurai abundar neles para a edificação da igreja.

 

No v.20 Paulo reprova a infantilidade dos crentes coríntios, a sua ostentação. Eram crianças espirituais e deveriam crescer para ser adultos no entendimento. Paulo utiliza duas palavras gregas para dizer meninos e crianças. A primeira ordinariamente traduz-se como criancinhas, ainda que algumas vezes possa significar infantes, recém-nascidos; a segunda indica os recém- nascidos. Uma vez que Paulo utiliza aqui essas duas palavras, mostra a intenção de serem contrastadas, pois a segunda significa, literalmente, que não fala (criança pequenina). Paulo faz então um apelo à maturidade espiritual.

 

Temos de nos desvincular das coisas infantis (cf. 1 Cor.13:11). O mesmo tema aparece em Hebreus (5:11-14) e em Efésios (4:13).

 

Nos vv. 24 e 25 Paulo realça de novo a utilidade da profecia: para a convicção de pecados, com o efeito de perscrutar, examinar, chamar a prestação de contas (o mesmo verbo que Paulo usa em 1 Cor. 2:15); portanto, tornam-se manifestos os segredos do coração, os pecados secretos conhecidos e o poder de Deus manifesta-se. A profecia leva à conversão e santificação das almas. É fogo divino. O apóstolo, longe de apagar esse fogo, se preocupa para que nunca se extingam essas chamas, nos altares sagrados. São presença e glória de Deus.

 

Paulo preocupa-se em educar os crentes recém-nascidos e corrigir os seus erros. Outrossim, o v. 29 mostra que podem existir incorreções no profetizar, pelo que é pedido que se julgue, ou seja, o dom está sujeito não apenas à disciplina do auto controle, mas ao escrutínio dos profetas (dom do discernimento dos espíritos) e da igreja. Obviamente que na falta daqueles prevalece o juízo desta (da Igreja) e das Escrituras. Alguns autores entendem essa declaração no sentido que cada profeta está sujeito a si mesmo (sob o seu controle racional), mas este sentido (corretíssimo) não invalida o outro: que o espírito de cada profeta está sujeito ao espírito dos outros profetas (parte deste espírito está registrado na bíblia e serve-nos de cânon). Também devemos notar que nestas questões não cabe ao Espírito ser moderador, mas Paulo apela constantemente ao bom senso dos próprios crentes e profetas como responsáveis pela moderação e ordem necessárias.

 

As "crianças" de Coríntios acreditavam precisamente o contrário, que eram arrebatados incontrolavelmente sob o poder divino, a ponto de não exercer a razão para se controlarem. Ora, Paulo diz-nos que até mesmo sob inspiração, o espírito humano está sujeito ao controle da vontade.

 

Findlay diz que "até mesmo os profetas inspirados podem falar por tempo demais, precisando ser calados!"

 

No período que foi de 1844 a 1851 podemos constatar que prevaleceu entre os adventistas do 7º dia certa euforia mística que não só afetou a igreja, mas principalmente o crescimento da profetisa, a qual acabou por enveredar numa atitude infantil e sofrer as suas conseqüências. Todavia quem conhece o percurso da irmã White pode confirmar como nela operou o dom de profecia e como cresceu pouco a pouco rumo à maturidade espiritual (não que a tenha alcançado, mas que se esforçou).

 

Aqueles que pensam que os profetas não erram ou que tudo o que dizem é verdade absoluta, equivocam-se e acabarão ou por cair no fanatismo ou repudiar os testemunhos, enveredando num corolário indecifrável de subtilezas atrás de subtilezas, até se tornarem um produto completo: um erro vivo, com cabeças, pescoço, peito, braços, pernas e todos os órgãos internos (uma gestação à medida dos seus desvarios). Sejamos prudentes e astutos!

 

Aqui esta o erro dos que abominam o entendimento progressivo, pois acham que a verdade da Palavra de Deus  - as Escrituras – foram ditadas palavra por palavra. Se não seguirmos o conselho bíblico e acharmos que tudo é infalível isso resulta no fanatismo de doutrinas espúrias como as que vemos hoje em dia – unitarianismo moderno.

 

 

 

Erros e discrepâncias

 

Em certa ocasião, Ellen teve de pedir desculpas publicamente, por ter entendido mal o segundo mandamento, aplicando-o fanaticamente às fotografias, inclusive, dos parentes, fazendo com que muitas famílias destruíssem álbuns inteiros. Principalmente considerando que nisso esteve envolvido o seu anjo guia (ou Instrutor), que havemos de dizer?

 

Eis aí, alguns pormenores sobre o assunto: Tratando-se de assunto delicado, damos as citações na língua original e a sua tradução em notas de rodapé.

 

Em breves palavras, o que aconteceu foi que, Ellen White teve uma visão em que se via (a si mesmo) indo pelas casas do povo adventista, quarto por quarto, e respondendo ao apelo do seu Instrutor deitava a mão às fotografias, exclamando: ídolos; que essas fotografias eram pecado, e que ao possui-las, o povo ajudava Satanás. Que eram ídolos e portanto idolatria e transgressão do segundo mandamento. Mais tarde porém, arrependeu-se, até porque ela mesma (marota!) tinha fotografias com ela.

 

Para facilitar a releitura dos textos, enumerámo-los.

 

1- "Durante a noite eu  achei-me  angustiada. Um grande peso descansava sobre mim. Eu tinha sido informada como Deus  trabalha em favor de nosso povo. Minha atenção foi chamada ao dinheiro que eles tinham investido em fotografias. Eu fui levada de casa em casa, através das casas de nosso povo, e como Eu fui de quarto em quarto, meu anjo Instrutor disse, "Observa os ídolos que eles têm acumulados!" Advent Review and Sabbath Herald, Setembro 10, 1901, Parágrafo 1. Título do Artigo: Não há outro deus antes mim.

 

 

2 - "Tirar e trocar  fotografias é uma espécie de Idolatria. Satanás está fazendo tudo que  ele pode para eclipsar o Céu de nossa vista. Deixando-nos ser influenciado por ele através  dessas fotos. Nós necessitamos alcançar um mais alto padrão que esses rostos humanos sugerem. O Senhor diz, "Não terás outros deuses  diante de Mim.” Messages to Young People, p. 316, parágrafo 3, Título do Capítulo: Self Gratification. A Species of Idolatry.

 

 

3 - "Depois de ter ido de casa em casa, e vendo as muitas fotografias, Eu fui instruída avisar nosso povo contra este mau. Em muitos nós podemos servir a Deus. Nós podemos colocar essas fotografias  fora de nossos olhos. Essas fotografias não têm nenhuma força para bem, mas se interpõe entre o Deus e a alma." Messages to Young People, p. 318, parágrafos 2 e 3. Título do Capítulo: Self Gratification

 

 

4 -"Toda  proteção  verdadeira  procede de Deus  como trigo, e todas aquelas que se desviam a mente,  Deus as nega Em muitas famílias as  prateleiras, ficam, cheias com ornamentos e fotos. Álbuns, cheios com fotografias da família e  fotografias de seus amigos, e são colocadas onde elas atrairão a atenção de visitantes. ....Não é isto uma espécie de idolatria?" Bible Echo and Signs of the Times, January 14, 1901, parágrafo 1. Título do Artigo: No Other Gods Before Me.

 

 

5 -“Tenho visitado as casas de nosso povo e nossas escolas, vejo que todo o espaço disponível sobre as mesas, e prateleiras é ocupado com fotografias. Do lado direito como do esquerdo são visto os rostos  humanos. Deus deseja que este tipo de coisas seja substituído. Se Cristo estivesse na terra , Ele diria , "tomai estas coisas". Eu tenho estado instruir que estas fotografias são  ídolos,  Colocado acima das horas que deviam ser dedicadas a Deus." Messages to Young People, p. 316, parágrafo 1. Título do Capítulo: Self Gratification.

 

 

6 -" Há anos estamos em guerra com a idolatria espiritual...... Sinto-me muito mal ao ver  fotografias multiplicadas e penduradas em toda parte " The Ellen G. White 1888 Materials, p. 887, parágrafo 3. Título do Capítulo: Diary entries. Sucede que a própria Ellen White possuía fotografias.

 

 

 

7 -“Eu  não quero nem pensar em obter um fotografia a igual a que Dunham fez para mim. Ele Disse que eu devia ter uma grande do que uma pequena. O que você pensa desta armação? " Letter 17, 1876, p. 2 (To James White, April 30, 1876)

 

 

 

8 -"Dunham deu-me uma dúzia de suas fotos. Eu as enviarei a você? O que você acha delas? Eu Contei a ele que  eu nao gostei delas. Elas não parecem natural, mas você pode  usá-las. Se então me deixar saber." Letter 21, 1876, p. 2 (To James White, May 5, 1876)

 

 

Reconhecendo o erro gravíssimo em que havia incorrido, já havia escrito o seguinte, em 1867, mostrando arrependimento e retratação:

 

9 -"Reconhecemos nosso erro. Nós lamentamos profundamente,  nós jamais consentiríamos têr nossas fotografias. Durante anos eu não consentiria ter nossas fotografias conosco, Tendo eu solicitado a vocês. Quantas vezes  eu desejei para permanecermos firme. Mas tudo que nós podemos fazer agora é confessar nosso erro e pedir que Deus  nos perdoe, e também o perdão de nossos irmãos e irmãs." Advent Review and Sabbath Herald, March 26, 1867, paragraph 2. Article Title: An Acknowledgment.

 

Note como Ellen envolve os outros, pelo que parece deveras ter-se gerado entre o povo alguma confusão sobre esse tema e Ellen havia tomado partido nesse ponto de vista mais extremista. Note ainda como esse fanatismo levou Ellen ao abuso do dom de profecia, descontrolando-se. Volte a ler os textos. Sucedeu-lhe algo semelhante ao que passou com os coríntios, repetindo-se a mesma cena que aconteceu no período de 1844 a 1851, quando Ellen ainda estava na mamadeira espiritual e não havia crescido rumo à maturidade, adoptando os erros daquela época, nomeadamente o da "porta fechada", mostrando com isso, que ainda não exercia um controle do dom que lhe havia sido dado (esses escritos foram depois depurados, suprimindo tudo o que pareceu inadequado à Igreja; é preciso reconhecer essa capacidade da Igreja, quer dizer, a de exercer escrutínio sobre as palavras dos profetas).

 

O leitor deve ter bem presente, na sua mente, as palavras de repreensão que Paulo dirigiu aos coríntios, para poder enquadrar aquilo que aqui dizemos. Para utilidade dos irmãos mais carentes, inserimos na primeira parte, um breve adminículo sobre esse tema, o qual pertence ao nosso livro (em preparação) titulado "Ellen G. White: os sonhos, as visões e os primeiros escritos (1844-1851). Leia-o outra vez, antes de avançar.

 

Pelos vistos, alguns ainda permaneceram nesse fanatismo, e Ellen voltou a escrever:

 

10 -"Em lugar da prova verdadeira de lealdade, os membros de Igreja tinham fabricado provas próprias em vestidos e quadros fotográficos. Interpretando o segundo mandamento e aplicado as fotografias. Alguns tinham queimado suas fotos e de seus amigos. Assim, um espírito de crítica, foi achado, e discórdia tinham entrado, que foi um grande ferimento à igreja. E uma  impressão foi dada aos incrédulos que os guardadores do Sábado –Adventistas-  eram  fanáticos e extremistas, e que sua fé peculiar os deixou indecorosos, e realmente um caráter anti-cristã." Historical Sketches, p. 211 Ellen G. White in Europe 1885-1887, p. 119, parágrafo 2. Problems in the Christiania Church.

 

E o tema complica-se quando continuamos a ler sobre o assunto. Mas não descuide a leitura, e volte a ler o texto 10. Ainda aqui, Ellen pecou por omissão da sua pessoa, e refere-se apenas aos outros, deixando a si mesmo de fora. Enfim, humana como cada um de nós! O anormal seria ser impecável em tudo (Santos? Só de pedra!).

 

 

11- "Se você tiver  fotos de seu pai, por favor traga-as. Quero mostrá-las. Tenho um álbum de bolso aqui  em Healdsburg." Letter 15, 1882, p. 1. (To W. C. White, May 23, 1882).

 

Que dizer daquelas declarações em que Ellen manifesta um preconceito (atenuado), de que não devem haver casamentos entre brancos e negros?

 

Uma hermenêutica cuidada levar-nos-á à conclusão de que esse era um assunto situacional. Ellen refere como, uma e outra vez era abordada sobre essa questão. Quem conheça um pouco da História da América, naqueles tempos, entenderá que Ellen tomou uma atitude própria da época. Esse foi um conselho do dom de profecia para aquele momento; uma advertência situacional. Como diz certa nota: uma questão de conveniência ou inconveniência proveniente de circunstâncias e condições que podiam resultar em " conflito, confusão e amargura". Que bom teria sido se o autor da nota (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 343) tivesse dito algo mais preciso, inclusive no apêndice que lhe dedica; mas prefere insistir num certo tipo de racismo (ainda que diga que não!).

 

Essas mensagens foram escritas num tempo especial, tal como o que da escravatura se diz no NT. Devem ser ultrapassados todos os preconceitos, porque em Cristo não pode haver acepções de homens.

 

Há que considerar ainda, outros textos sobre o assunto, que não constam dos livros traduzidos para o português, e que são manifestamente racistas, entrando em conflito com outras mensagens que Ellen depois escreveria, e que revelam maior luz sobre o tema. Leia atentamente:

 

 

13- “O Povo Negro e mestiço não deve ser aconselhado a serem colocados numa igualdade com as Pessoas Brancas." (Testimonies Vol. 9, p. 214, Parágrafo 3).

 

 

 

14- “Ninguém é capaz de definir claramente a posição do povo negro e mestiço.” (Testimonies Vol. 9, p. 213 parágrafo 4).

 

 

15- “O Trabalho de proclamar a Verdade para este tempo não pode ser ajustado para a compreensão da raça negra.”  (Testimonies Vol. 9, p. 214, parágrafo 4).

 

Bastavam estes textos para pôr em evidência a presbiopia de quem escreveu o apêndice 2 a que fizemos referência. Mas, considere-se ainda:

 

 

16-“Nós não podemos esperar que eles.. [Os Negros] sejam firmes e claros em suas idéias de moralidade." (Testimonies Vol. 9, p. 223 parágrafo 3).

 

Por quê não se fez qualquer alusão a estes textos? Ou, para sermos mais incisos, por quê não se traduziram para o português todos os testemunhos, mensagens, livros? Aqueles que apenas podem ler o português, lamentavelmente, conhecem muito pouco, mesmo considerando que já tenham lido os cerca de 51 livros publicados.

 

Os irmãos SnooK e Brikerhoff, ordenados por James White para o ministério em 1862, não conseguiram ler nas entrelinhas essas tendências racistas da época, e acabaram por abandonar o movimento. Em 1866 publicaram um livro, onde entre outras coisas referem que o ancião Ingraham ouviu da boca de James White, que Ellen lhe tinha dito que Deus nunca tinha feito os negros.

 

Ora, quem conhecer os meandros do Espírito de Profecia, entenderá que esse era um ponto de vista mesquinho, que depois foi ultrapassado, e que se fundamentava numa interpretação incorrecta de algo que Ellen tinha visto (cf. infra).

 

Sinceramente, não compreendemos aqueles irmãos que rejeitam o todo, em função de algumas partes; principalmente considerando que o modelo bíblico estabelece que todo o conhecimento espiritual é limitado, parcial, fragmentado e imperfeito (cf. 1ª Cor. 13: 9-12), não promovendo jamais posturas radicais ou pretensões gnósticas, mas insistindo, uma e outra vez, no carácter provisório e temporal dos dons (idem, 13: 8), na necessidade de submeter ao escrutínio da Igreja o que os profetas dizem (idem, 14: 29-32), com uma tarefa mais formativa do que informativa; jamais para fazer teologia (isso é obra dos teólogos), mas essencialmente como um propósito devocional e pastoral.

 

Temos diante de nós, os volumes titulados Spiritual Gifts. No vol. 3, Ellen White escreveu o seguinte:

 

 

17 -"Mas se havia um pecado acima do outro que indicou a destruição da raça pela inundação, era o crime de base de amalgamação de homem e besta que desfigurou a imagem de Deus, e causou confusão em toda parte." Spiritual Gifts, Vol. 3, p. 64, 1864.

 

 

18 -“Cada espécie de animal que Deus tinha criado, foram conservadas na arca. A espécie confusa que Deus nao criou, que eram o resultado de amalgamação, foram destruídas pela inundação. Desde que a inundação houve amalgamação de homem e besta, como pode ser visto nas variedades intermináveis de espécie de animais e certas raças de homens."- Spiritual Gifts, Vol. 3, p.75, 1884.

 

O texto não diz que essas raças sejam os negros, mas esse foi certamente o entendimento daquela época. Todavia Urias Smith, no seu livrito "The Visions Of Mrs. E. G. White..." confirma uma interpretação semelhante:

 

"As visões ensinam, dizem os criticos, que a raça negra não é humana. Negamo-lo. Eles não ensinam isto. Observemos  a linguagem: " Até  a inundação houve amalgamação de homem e besta, como pode ser visto nas variedades quase intermináveis de espécie de animais, e em certas raças de homens." Esta visão foi dada para o propósito de ilustrar a corrupção em que a raça caiu, dentro de alguns anos depois da inundação que sinaliza manifestação de ira do Deus contra os seres humanos. Havia amalgamação; e o efeito é ainda visível em certas raças de homens." A marca, com exceção dos animais sobre quem os efeitos são visíveis, são chamados pela visão, "homens." Agora nós jamais supomos que qualquer palavra  chamada de homem, foi considerado um humano.

 

A visão fala de todas estas classes como as raças de homens; ainda perante esta declaração simples, eles tolamente afirmam que as visões ensinam que alguns homens não são humano ! Mas,  porque não aceitam a declaração geral contido no contexto  acima? Eles não fazem. Se fizerem, eles facilmente podiam ser silenciados por uma referência a tais casos como as tribos selvagens de áfrica, algumas tribos do Hottentots, e talvez os índios de Digger neste próprio país, etc. Além do mais, naturalistas afirmam que a linha de demarcação entre as raças humanas e animal foi perdida. É impossível, como afirmam, dizer onde os  homens terminam e o animal começa. Podemos supor que isto foi ordenado por Deus no principio? Antes do pecado fazer  divisas destes dois reinos? Mas,  Paul diz isso "  Deus fez de um sangue todas nações de homens para morar em toda a terra," e então adiciona, " Em quem devemos  nós acreditar, Paul ou E. G. White?" - Uriah Smith, The Visions of Mrs. E. G. White, A Manifestation of Spiritual gifts According to the Scripture, pp.102-105, 1868.

 

Smith pensava que a união entre seres humanos e bestas havia criado raças como as dos "bosquímanos da África, algumas tribos de hotentotes, e talvez os indios digger, etc.

 

James White leu o livro e recomenda pertinentemente a sua leitura, escrevendo estas palavras, na edição de 25, Agosto, 1868, da Review and Herald:

 

“A Associação  publicou um folheto intitulado, 'As Visões de Sra. E. G. White, Uma Manifestação Escritos  Espirituais de acordo com a Escritura.' É escrito pelo redator da Review. Enquanto li o manuscrito, senti-me muito agradecido a Deus que as nossas pessoas podiam ter esta defesa, com tanto amor e prêmio, e que outros desprezam e opõe-se. Este livro é deve ter uma grande circulação. James White."

 

Contudo, esses textos seriam posteriormente suprimidos. E quem o fez foi a mesmíssima irmã White. O seu filho, Willie C. White escreve:

 

"Concernente os dois parágrafos que são encontrados em “Spiritual Gifts” e também no livro “Spirit of Prophecy” concernente amalgamação, e a razão que esses páragrafos foram deixados  de fora do  livro em outras edições, surge então uma  pergunta: como alguém assumiu  a responsabilidade de tirar essas citações ? eu posso falar com perfeita clareza e garantia. Eram deixado de fora pela própria  Ellen G. White. Ela é a única que  tem qualquer autoridade sobre responsabilidade, e eu nunca ouvi dela oferecer a qualquer um seu conselho concernente esta questão. Em todas perguntas desta espécie, você pode pô-la  com uma certeza que Irmã White era responsável para omitir ou adicionar coisas deste tipo nas edições que fossem lançadas mais tarde de seus livros." Selected Messages, Book 3, p. 452

 

Ainda que não se entenda muito bem esta atitude, certamente que a irmã Ellen havia crescido o suficiente para ultrapassar os erros do passado; senão (se não foi erro) teremos de a culpabilizar de manipulação da verdade que lhe foi revelada para transmitir ao povo, uma vez que o fez sem o consentimento da Igreja (a julgar pelas palavras de Willie). Willie diz que nunca se apercebeu que a mãe o tenha feito por conselho de outrem.

 

Estes textos devem entender-se como equívocos do entendimento por parte da profetisa, daquilo que viu. Aqueles que insistem em dar importância a esses quiproquós, devem em primeiro lugar, explicar-nos (e muito bem explicado) porque é que Ellen os suprimiu (leia de novo).

 

Eis aí uma profetisa com todas as limitações humanas de um pecador, sujeita ao erro, aos absurdos, às ideias mais descabeladas e ridículas. O que é absolutamente normal. Por outro lado, seria uma completa aberração da natureza, que ela fosse uma imaculada, como pretendem certos circuitos de fanáticos fanatizados até ao tutano e com pretensões esquisitas de pureza (não nos referimos aos críticos!). Além do mais, devemos esclarecer que nunca ela reclamou tal coisa (e muito menos, infalibilidade), o que só reverte a seu favor, uma vez que revela que tinha certa consciência de que o seu dom de profecia estava sujeito ao escrutínio pela Igreja e pelas Escrituras, como claramente Paulo o ordenou (1ª Cor. 14:26-40).

 

E contudo dizia, e muito bem, que a sua mensagem procedia do além, de Deus, mas isso (como outras expressões mais fortes que utiliza) não implica inerrância ou qualquer tipo de infalibilidade. Ela até parafraseou o texto de Hebreus 1: 1 e 2: "Em tempos antigos Deus falava aos homens por boca dos profetas e apóstolos. Hoje em dia lhes fala pelos Testemunhos de Seu Espírito. Jamais houve tempo em que Deus instruísse Seu povo mais fervorosamente do que os instrui hoje, acerca de Sua vontade e do procedimento que Ele deseja que sigam. Mas aproveitarão eles os Seus ensinos? Receberão as Suas repreensões e acatarão as Suas advertências? Deus não aceitará obediência parcial; não abonará nenhuma contemporização com o próprio eu." (TS, vol. 1, p. 488).

 

Também aqui os críticos perdem a razão, por não entenderem a mensagem central deste texto, pelo que realçam estas palavras: "Jamais houve tempo em que Deus instruísse Seu Povo..."; como aliás, o fazem certos fanáticos do Espírito de Profecia, puritanos hipócritas e acusadores dos seus irmãos. O que Ellen fez foi uma paráfrase de Hebreus c. 1 e vv. 1 e 2, para impor a sua mensagem, a urgência de conversão, e fê-lo exagerando a linguagem. Não há no texto qualquer intenção de apresentar os Testemunhos como a maior e mais completa das revelações, quando ela própria falava da sua obra como "luz menor". Só uma hermenêutica tacanha, esquisita e acrítica do texto (fora do contexto geral), permite inferir essa conclusão estapafúrdia.

 

Outro tema onde é bem notório a pecaminosidade da nossa irmã é o das comidas e bebidas, podendo até admitir que se comportou como uma verdadeira hipócrita, pois dizia uma coisa e fazia outra (quem tem ouvidos para ouvir, ouça!). Mas vamos rejeitar o Espírito de Profecia por causa disso? Digam-me onde vive um santo sem pecados, para que eu o possa ir visitar, e aprender o truque.

 

A irmã Ellen escreveu em 1869:

 

"Eu não mudei meu rumo em uma única partícula desde que adotei a reforma de saúde. Eu não voltei atrás desde que a luz do céu desceu em mim sobre este assunto. Escapei de tudo imediatamente, da carne e manteiga, e de três refeições....Eu praticava essas coisas no princípio. Tomei minha posição na reforma de saúde de princípio." Testimonies, Vol. 2, pp. 371-372. Grave esta data: 1869

 

Continue a ler.

 

Apesar de dizer isso, a irmã White, em 1873, quer dizer, quatro anos depois, comeu veado e carne de pato:

 

 

“Um rapaz da Nova Escócia  tinha ido  caçar. Ele trouxe um quarto de veado. Esse rapaz Tinha viajado 20 milhas com este veado sobre as suas costas.  Deu-nos um pedaço pequeno da carne, que nós fizemos um caldo . O Willie nos trouxe  um pato que veio em  tempo oportunuo, pois nossos estoques estavam diminuindo rapidamente”.  Manuscript 11, 1873. Released by the Ellen G. White Estate Washington, D.C. 11, Abril,1985 (MR 14, p. 353).

 

 

Em 1880 ela escreveu esta carta à sua irmã Elizabeth:

 

"Quinta-Feira  pela manhã, levantamos muito cedo. Às oito horas nós tomamos nossa refeição matinal, nos alimentamos de galinha, colocamos em um balde de dois-quarto, e colocamos no fogão, e assim nós tivemos bom caldo quente de galinha que alegrou nosso desjejum. A manhã estava muito fria e este prato quente era muito gostoso." (Letter 6a, 1880).

 

O que é que Ellen White comeu? Leia mais uma vez.

 

Galinha! Galinha! E o que é que ela disse? Gostou? Sentiu prazer? O que é que ela tinha escrito em 1869? Leia outra vez (acima). E o Dr. Kellog, numa carta a Ballenger diz que sempre que ela comia no Sanatório, pedia galinha.

 

Agora, em 1882, encontramos estas palavras, numa carta que Ellen escreveu à sua nora Mary Kelsey White, confessando a sua predileção ou inclinação pelo arenque e ostras (alimento impuro!), pedindo à nora que fosse às compras:

 

"Mary, se você poder traga uma boa caixa de arenques - frescos - por favor faça isso. Estes últimos que Willie recebeu são amargos e velhos. Se puder comprar também (uma) dúzia meia  de bons tomates pode fazê-lo, por favor faça isso. Nós  estamos necessitando. Se poder traga também algumas ostras boas, nós a receberemos." (Letter 16, 1882, dated May 31, 1882, from Healdsburg, Calif).

 

Até ostras comia! Era uma pecadora a sério! (como qualquer um de nós).

 

Quanto à manteiga, também sucede a mesmíssima situação. Vejamos atentamente.

 

Em 1870 escreve:

 

"Nenhuma manteiga ou carnes de qualquer espécie vêm em minha mesa". Testimonies, Vol. 2, p. 487.

 

Em 1874, numa carta que escreveu ao seu filho Willie, diz:

 

Seu pai e eu tomamos leite, creme, manteiga, açúcar, e comemos carne completamente desde que viemos à California" (Manuscript Releases, vol. 14, p. 322).

 

No Inglês esta escrito "Entirely", quer dizer, por completo (totalmente).

 

Agora lemos isto que escreveu em 1895:

 

"Compramos manteiga para cozinhar, manteigas de vacas leiterias onde  estão em condição saudável, e tem um bom pasto".  (Counsels on Diet and Foods p. 488).

 

O presidente da CG, Daniels, refere que comeu quilos de manteiga em sua casa. Note como ela não assumiu uma posição fanática, como certos puritanos que nem sequer manducam ovos, queijo, leite, etc.; o que é um direito de escolha que lhes assiste (e que eu respeito), mas de modo nenhum uma imposição para os outros, e muito menos um motivo para certa doutrina de demônios (de mil demônios!) propalada por mentalidades patológicas, que asseguram que não serão salvos aqueles que se alimentam de carnes limpas. São filhos de Satanás e não o sabem (1ª Tim. 4: 1 ss.). Desculpem, mas temos de ser duros nestes assuntos (que diria Paulo?).

 

Uma coisa é considerar a sabedoria da reforma pró- saúde, outra a de aderir, e outra a de acusar os que não aderem totalmente. Nunca a Igreja adventista obrigou um ministro, sequer, a ser vegetariano, apesar de certas passagens do Espírito de profecia (escritas pela autora em certos momentos de maior zelo, euforia) advogarem uma imposição do estilo (e.g.: Que nenhum de nossos ministros dêem um mal exemplo comendo carne. Eles e suas famílias devem viver de acordo com a reforma de saúde. Que nossos ministros não animalizem seu instinto natural e nem de nossas crianças. (Spalding and Magan, p. 211).

 

A razão é muito simples: a Igreja tem autoridade para exercer o escrutínio ao dom de profecia à luz da Palavra de Deus. E o que diz a Bíblia? A atitude eclesiastica é moderada e sábia (ninguém será salvo pelas obras da lei): todos estão obrigados à abstinência das carnes imundas, mas ser ou não ser vegetariano, isso é algo que depende inteiramente de cada um; ainda, que aquele que é vegetariano jamais use isso como motivo para pecar, acusando o seu irmão que não come legumes, considerando-se mais santo e outras tolices diabólicas do gênero. Os tais,  como fez Ellen, um franguinho, um bocado de veado, ou até umas ostras, em vez de acusarem os irmãos e se empanturrarem com pasteis, salsichas fictícias e sentimentos de culpa que corroem o espírito e geram stress, magoando seriamente a saúde. Mas se insistem em ser fieis observadores de todas as tolices e exageros em que incorreu a irmã Ellen, então, vistam-se segundo a reforma do vestido, não ingiram medicamentos (nem os vendam!) como Ellen escreveu, nem andem de bicicleta, nem... Alguns destes assuntos são tratados abaixo.

 

A única atitude sábia é ser moderado e temperante, não enveredando por extremismos ou fanatismos.

 

Como se acabou de ler, a nossa irmã teve os seus deslizes (e que deslizes!), cometeu os seus pecados (e que pecados!), foi marota quando dizia uma coisa e fazia outra (quer dizer, hipócrita ). Por quê? Vamos deixar Paulo responder: "O que faço não o entendo. Pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço." (Rom. 7:15-19).

 

Como é lindo o evangelho! E outra vez:

 

"Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rom. 8:1). Livres que nem passarinhos, fora da gaiola!

 

E ainda:

 

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça" (1ª Jo. 1:9). Mas principalmente:

 

"Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós" (1ª Jo. 1:8). Quer dizer, somos um poço de mentira, uma cisterna rota. Magister dixit, causa finita!

 

Ainda que custe reconhecer: "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Rom. 3: 10). Ouviram bem? Nem um sequer, nem um sequer, nem um sequer... Vamos repetir outra vez: nem um sequer, nem um sequer, nem um sequer. Hoje, antes de se deitar, memorize essa frase e repita-a até entrar em extasie. E depois, o Christ eleison (Senhor tem piedade de mim, pecador). Compreendido? Nem um sequer, nem um sequer, nem um sequer...

 

E pecados não faltam na vida da nossa irmã (como em cada um de nós)! Outro exemplo, o do vinagre. Eis aí a sua confissão sobre o seu vício pelo vinagre, mas também a luta desesperada e a alegria de vencer o "pecado" com a ajuda de Deus, mesmo apesar de ser já no fim da sua vida:

 

.

 

"Tinha cedido o desejo para vinagre. Mas resolvi com a ajuda de Deus sobrepujar este apetite. Lutei contra a tentação, determinei não  ser dominada por este hábito. Durante semanas eu estive muito doente; mas mantive ditado repetidamente, O Senhor sabe tudo sobre isto. Se eu morrer, morro; mas eu não cederei a este desejo. A luta continua, e eu doloridamente fui afligido durante muitas semanas. Tinha pensado que era impossível para em viver. Estou segura procurando o Senhor muito sinceramente. As orações bem fervorosas foram oferecidas para minha recuperação. Continuei a resistir o desejo para vinagre, e finalmente eu conquistei. Agora eu não tenho nenhum inclinação para nenhuma  coisa dessa espécie. Esta experiência foi de grande valor a mim de várias maneiras. Obtive uma vitória completa." ." Ellen G. White, letter 70, 1911, reproduced in Counsels on Diet and Foods, p. 485. O realçe é nosso, para sublinhar até que ponto estava viciada: Se eu morrer, morro

 

Note a data da carta, 1911. Não vale a pena que nos pronunciemos sobre o vinagre daquela época, que era uma autêntica "bomba alcoólica".

 

A gravidade do tema foi-se alargando à medida que o estudávamos. Ellen, em 1887, tinha escrito:

 

"As saladas são preparadas com óleo e vinagre, há fermentação no estômago, e a comida não é digerida, mas decompõe- se ou apodrece; em consequência, o sangue não é nutrido, mas fica cheio de impurezas, e surgem perturbações hepáticas e renais." (Carta 9, 1887, Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 345).

 

Desta vez citei aqui o texto do livro em  português! Porque? Ora, sucede que ao ler, virei a folha, e nada, nada de nada. Como conheço o original em inglês, o Spirit of Prophecy Library. Li e confirmei o que temia, ou seja, que esses fariseus hipócritas, que celebram culto todos os sábados (a quem servir a carapuça que a encaixe, e bem funda, cobrindo o pescoço e tudo), os tais estrafalários e pomposos "rabinos", manipularam o texto, pegaram na tesoura e... zás! Com uma precisão de alfaiate cortaram o que não interessa conhecer. Julgue o leitor se esta atitude é de homem ou de besta, vigarista, falsificador.

 

Desde então, não leio nada sem confirmar o texto em inglês. Mas, mesmo nos livros em inglês sucedem algumas supressões e manipulações, pelo que devemos ir aos textos mais antigos, não desconsiderando que algumas foram feitas pela irmã White. O que não podemos reconhecer é autoridade a outrem para o fazer sub-repticiamente. Nós até admitimos que a Igreja o faça, porque no fundo está a aplicar o conselho Paulino (um dever), de ler e reter o bem, ou dito de outra maneira, exercendo o seu direito de escrutínio à luz da Bíblia; mas que informem os membros acerca disso, e que em qualquer caso, disponham as anteriores versões para que se possa fazer pesquisa séria. Mas não foi isso que aconteceu.

 

Eis o que Ellen realmente escreveu em inglês:

 

"The salads are prepared with oil and vinegar, fermentation takes place in the stomach, and the food does not digest, but decays or putrefies. As a consequence the blood is not nourished, but becomes filled with impurities, and liver and kidney difficulty appear. Heart disturbances, inflammation, and many evils are the result of such kind of treatment, and not only are the bodies affected, but the morals, the religious life, are affected." Letter 9, 1887, Manuscript Releases vol. 2, p. 143-144.

 

Tradução:

 

"As saladas são preparadas com óleo e vinagre, fermentação acontece no estômago, e o alimento não é digerido, mas decompõem-se ou apodrecem. Com conseqüência o sangue não é nutrido, mas torna-se cheios de impurezas, e as  dificuldades do fígado e rim aparecem. Os distúrbios de coração, inflamação, e muitos males são o resultado de tal espécie de tratamento, e não só são os corpos afetado, mas a moralidade e a vida religiosa, são afetadas." Letter 9, 1887, Manuscript Releases vol. 2, p. 143-144.

 

 

Note bem: e não apenas os corpos são afetados, mas a moralidade, a vida religiosa, são afetadas. Por quê esconderam isto? Pense um bocadinho: se o vinagre afeta a moralidade e a religiosidade, se o vinagre da época era uma bomba alcoólica; e sendo ela uma viciada, então... Pois, pois... Adiante!

 

Antes de prosseguir com o tema relacionado com a "carne de porco", vamos ler o que escreveu em 1850 o pastor James White: "Alguns de nossos bons irmãos acrescentaram a ‘carne de porco’ à lista de coisas proibidas pelo Espírito Santo e pelos apóstolos e Anciãos reunidos em Jerusalém. Mas nós nos sentimos chamados a protestar contra essa decisão, por ser contrária ao claro ensino das Sagradas Escrituras. Poremos sobre os discípulos uma ‘carga’ maior do que pareceu bem ao Espírito Santo e aos santos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo? Deus não o permita. A decisão deles, sendo correta, decidiu a questão para eles, e foi causa de regozijo entre as igrejas, e deveria decidir a questão para nós para sempre.” The Present Truth Vol. I., Nov., 1850. - No. 11, "Swine's Flesh".

 

 

O que escreveu James White? Quando James White disse "nós nos sentimos chamados a protestar contra esta decisão," o "nós" ao que se referia incluia a sua esposa Ellen White.

 

De fato, sucedeu que o irmão e a irmã Curtis estavam convencidos que era errado comer carne de porco, e o manifestaram aos White. O que é que a irmã White lhes disse?

 

"Se Deus requer que Seu povo pare de comer de carne de porco, Ele ira  nos dizer. Ele está desejoso para mostrar Sua honesta proteção,  como também para mostrar seu dever aos indivíduos,  pois  Ele não colocou uma carga pesada sobre nós. Se isto é o dever da igreja para abster-se de carne de porco, Deus dirá,  para  dois ou três. Ele ensinará a Sua igreja seu dever". Testimonies Vol. 1, p. 206

 

Considere o que disse Urias Smith:

 

"Para sua pergunta concernente ao  comer carne de porco, nós não temos tempo e nem espaço para dar uma resposta grande. Nós unicamente referiremos  uma declaração do Apostolo Paulo, que para  nossa opinião é suficiente, pois a  Bíblia só é suficiente para demolir completamente toda e qualquer distinção que pessoas podem  levantar entre carnes. (I Tim. 4 ) Ele fala com autoridade para abster-se de carnes, etc., e então diz, "Tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graça, nada é recusável." Review, Vol. xiii, No. 3.

 

Mais tarde, Ellen leu certas idéias da época e escreveu:

 

 

"Deus não proibiu os Hebraicos de comer carne de porco para meramente mostrar sua autoridade, mas, porque não era um alimento adequado  para homem. Encheria o sistema com doenças  , e especialmente com lepra,  e  outras doenças de várias espécies." (Healthful Living, p.183).

 

O comer  carne de porco produz  lepra, e tumores cancerígenos." Review and Herald, June 20, 1899.

 

É bem sabido que os porcos não são hospedeiros do Mycobacterium leprae (causa da lepra).

 

Deixamos por citar certa carta que circula por aí (White Out – A nuvem Branca by Dirk Anderson), por não existir nenhum estudo sério que demonstre a sua credibilidade, e lamentamos que muitos críticos a usem como prova. Esse não é trabalho sério. Alguns a citam sem qualquer palavra de advertência.

 

Como conclusão, volte a ler a introdução.

 

Muito mais se poderia citar, mas para bons entendedores meia palavra basta. Esperamos que daqui para frente que todos sejamos capazes de ler honestamente o Espírito de Profecia e reter o que é atual e bom, evitando cair nos extremismos insensatos e extravagantes em que vivem muitos. Oxalá que despertem! E não esqueça: volte a ler a introdução


 

Ellen G.White e o Plágio


 

 


 

P. Hottman


 

 

 
 

Índice

 

 
 

Introdução

 

2

 
 

Havia suspeitas no século XIX (dezenove) de que Ellen G. White houvesse praticado Plágio?

 

2

 
 

As afirmações de Ellen G. White sobre a fonte de seus escritos e inspiração são corretas?

 

3

 
 

Ellen G. White praticou Plágio?

 

4

 
 

Os líderes da Igreja tinham conhecimento do Plágio em Ellen G. White?

 

6

 
 

“O Grande Conflito” é fruto de Plágio?

 

7

 
 

Ellen G. White também copiou para compor seus outros livros e artigos?

 

9

 
 

Há como defender Ellen G. White nessa questão do Plágio?

 

10

 
 

Outros escreveram por ela ou a influenciaram diretamente?

 

13

 
 

Ellen G. White ou White Lie?

 

15

 
 

A Igreja tentou mostrar algo aos Membros numa Lição da Escola Sabatina?

 

18

 
 

Conclusões

 

21

 
 

Histórico da questão do Plágio nos escritos de Ellen G. White

 

24

 
 

 

 

 
 

Quem não se deixa vencer pela verdade divina será vencido pelo engano.


 

Agostinho, Filósofo e Bispo da Igreja em Hipona (354-430)


 

 

Calar por  amor  ou  falar  por  causa  da  verdade?


 

Dr John Charles Ryle, Bispo Anglicano de Liverpool (1816-1900)


 

 

Você pode enganar todo mundo durante um tempo.

Você pode enganar algumas pessoas durante todo o tempo. 
Mas você nunca poderá enganar todo mundo durante todo o tempo.

 

Winston Churchill (1874-1965)


 

 

O que é preferível: uma doce mentira ou uma amarga verdade? 

 

Walter Rea, Pastor e Pesquisador Adventista (1982)


 

 


 

Ellen G. White e o Plágio


 

 

Estudo dividido em três partes


 

 

Introdução

Parte I
Havia suspeitas no século XIX (dezenove) de que Ellen G. White houvesse praticado Plágio?
Os escritos de Ellen G. White eram fruto de seus sonhos e visões? 
Ellen G. White praticou Plágio?        
 
Parte II
Os líderes da Igreja tinham conhecimento do Plágio em Ellen G. White?  
Grande Conflito é fruto de Plágio?           
Ellen G. White também copiou para compor seus outros livros e artigos?   
Há como defender Ellen G. White nessa questão do Plágio?          

 

Parte III

Outros escreveram por ela ou a influenciaram diretamente?            
Ellen G. White ou White Lie?           
Histórico da questão do Plágio nos escritos de Ellen G. White       

 

 

Introdução

 

 

Havia suspeitas no século XIX (dezenove) de que Ellen G. White houvesse praticado Plágio?

 

Pode parecer surpreendente para a maioria dos adventistas, mas desde os primeiros livros sobre saúde (década de 1860) e durante várias décadas do século passado (século XX), Ellen G. White foi acusada de haver escrito seus livros a partir de trechos, ideias e textos de outros autores, sem atribuir-lhes crédito (não mencionava as fontes utilizadas). Em resposta a essa suspeita, a própria Ellen G. White, os dirigentes da Igreja e os responsáveis diretos por cuidar dos escritos dela (Depositários do Patrimônio White – White State) entraram em defesa de Ellen G. White e negaram qualquer possibilidade de que ela houvesse agido dessa forma. Essas negativas oficiais duraram desde a época em que ela ainda vivia até o ano de 1980.


 

 I.            Muito conhecido da administração geral da Igreja Adventista e um dos encarregados de cuidar dos escritos de Ellen G. White após a morte dela, Arthur White destacava em suas afirmações a originalidade da produção de sua avó: “A sra. White não foi influenciada pelos que estavam perto dela, nem seus escritos foram manipulados. Suas mensagens não se basearam nas idéias dos que estavam perto dela nem em informação que outros pudessem lhe haver proporcionado”. (Arthur L. White, "Who Told Sister White?" Review (21 de Maio de 1959, pt. 2, p. 8-9).


II.            Muitos anos mais tarde, mesmo quando as críticas de um possível plágio eram mais fortes e sabendo que havia uma investigação em curso desenvolvida pelo pr. adventista Walter Rea sobre o assunto, Robert Olson, secretário do Patrimônio White negou enfaticamente que Ellen G. White tivesse copiado de outros. (Robert W. Olson, "Ellen G. White and Her Sources", Adventist Forum, com período de perguntas e respostas, na igreja da Universidade de Loma Linda, janeiro de 1979). 
 

 

Parte I


 

 

As afirmações de Ellen G. White sobre a fonte de seus escritos e inspiração são corretas?


 

 

Ellen G. White escreveu muito e sobre quase todos os assuntos que poderiam interessar aos adventistas do sétimo dia. Para os adventistas ela é uma fonte autorizada de verdade porque seus escritos vêm diretamente da inspiração proporcionada pelos sonhos e visões que ela recebeu de Deus. Este é um assunto muito sério para os adventistas que têm preservado e divulgado os seus escritos. O que Ellen G. White falou sobre a autoria e a fonte de seus escritos?

 

 I.            Ellen G. White afirmou de seus escritos: "Tenho escrito muitos livros e eles têm tido ampla circulação. Eu sozinha não poderia haver revelado a verdade nestes livrosmas o Senhor tem me dado a ajuda do seu Santo Espírito. Estes livros, dando as instruções que o Senhor tem me dado durante os passados sessenta anos contém luz do céu e suportarão a prova da investigação." (Mensagens Escolhidas, p. 35).


 

II.            Minhas visões foram escritas independentemente de livros e opiniões de outros.” (Manuscrito 27 de 1867). "Nestas cartas que escrevo, nos testemunhos que dou, estou vos apresentando aquilo que o Senhor me tem apresentado. Eu não escrevo nenhum artigo, expressando meramente minhas próprias idéiasEles são o que Deus me tem exposto em visão - os preciosos raios de luz brilhando do trono." “Isto é verdade quanto aos artigos de nossas revistas e aos muitos volumes de meus livros. Tenho sido instruída em harmonia com a Palavra nos preceitos da lei de Deus.” (Testimonies, vol. 5, pág. 67, Mensagens Escolhidas, p. 29 e “Ellen G. White, Mensageira da Igreja Remanescente”, p. 35). "O Espírito Santo tem traçado verdades em meu coração e em minha mente." (Testimonies, Vol. 5, p. 64,67; Carta 90, 1906)


 

III.            Ellen G. White deixa claro que sua fonte de inspiração é o Espírito Santo. "O Espírito Santo é o autor das Escrituras e do Espírito de Profecia.” (Selected Messages, vol 3, p. 30) "Antigamente Deus falava por meio dos profetas e apóstolos. Nestes tempos Ele tem falado por meio dos testemunhos de seu Espírito." (Testimonies, vol 4, p. 148; vol 5, p. 661).


 

 IV.            "Deus estabeleceu em sua Palavra e nos Testemunhos o que Ele tem enviado ao Seu povo." (Battle Creek Letters, p. 74). "Deus tem falado a vocês. Tem estado brilhando luz desde a sua Palavra e desde os Testemunhos, e ambos têm sido desprezados e desatendidos." (Testimonies, Tomo 5, p. 217).


 

V.            "Estes livros contém a verdade clara, honesta e inalterável e certamente devem ser apreciados. As instruções que eles contém não são produção humana." (Carta H-339, 26 de dezembro, 1904) "Em meus livros se afirma a verdade, protegida por um ‘Assim diz o Senhor." – (Carta 90, 1906, citada en Ellen G. White, por Arthur L. White, tomo 4, p. 393)  Numa referência aos ‘testemunhos’: “É Deus, e não um falho mortal, quem fala para salvá-los da ruína.” (Testemunhos Seletos. vol. II, pág. 292).


 

VI.            Sei que a luz que tenho recebido vêm de Deus, nenhum homem me ensinou sobre ela.” (EGW a Bates, 13 de julho de 1847, MS B-3-1847 (Washington: EGW Estate).


 

VII.            Em defesa de sua inspiração, Ellen G. White fez inclusive reivindicação de inspiração verbal mostrando que sua fonte era somente Deus: "Quando minha pena vacila um momento, vêm a minha mente as palavras apropriadas... Quando escrevia estes preciosos livros, se eu titubeava, recebia a palavra mesma que eu queria para expressar a idéia." (3MS, páginas 51, 52).


 

 

Ellen G. White praticou Plágio?

 

Para alguns adventistas, pelo fato da própria Ellen G. White haver afirmado que sua fonte de inspiração era unicamente seus sonhos e visões, o assunto já estaria encerrado. Como havia a suspeita de plágio, tornou-se necessário realizar uma séria verificação para inocentar ou comprovar o que foi afirmado. Assim, pela seriedade do assunto, e por ser esta uma maneira utilizada pelos críticos para denegrir a imagem e o ministério de Ellen G. White, a organização adventista patrocinou uma cara e grande investigação sobre o assunto. Em se tratando especificamente da produção de livros, o plágio é definido hoje como a apropriação de idéias ou trechos das obras de outros autores sem atribuir-lhes o devido crédito, bem como o camuflar a obra de qualquer outro e atribuir a si a autoria ou paternidade.


 

 I.            Por volta de 1980, o pastor adventista norte-americano Walter Rea afirmava, após haver pesquisado por muitos anos, que Ellen G. White utilizou outras fontes que não as visões e sonhos para escrever os 'testemunhos', chegando mesmo a praticar plágio (utilizando e apropriando-se de escritos e idéias de outros autores sem dar-lhes o devido crédito).


 

II.            Em 1980 um Comitê foi designado para analisar as questões levantadas por Walter Rea (que ainda não haviam sido publicadas como livro). Reunidos na cidade americana de Glendale em janeiro daquele ano, eles concluíram que era muito grande a dependência literária de Ellen G. White e foi decidido encarregar um especialista para conduzir uma investigação mais ampla. Assim a IASD pediu ao Ph.D., Dr. Fred Veltman, chefe do departamento de Religião do Pacific Union College e especialista em análise literária, que fizesse uma investigação sobre as acusações de plágio dirigidas contra Ellen G. White por Walter Rea e outros. Depois de oito anos, sendo seis de pesquisa intensiva e U$ 500.000 de despesas o trabalho foi concluído (1988). (Nota: Dependência Literária: algumas vezes também é utlizada a expresão “empréstimo literário”, mas ambas as expressões traduzem o mesmo problema do ‘plágio’, e empréstimo literário seria ainda um eufemismo, pois ‘empréstimo’ traduz a idéia de futura devolução, o que não era o caso).


 

 III.            Observe a seguir que, para surpresa e espanto da maioria dos adventistas os resultados da investigação do Dr. Fred Veltman revelaram que Ellen G. White praticou Plágio em diversos níveis e graus sem atribuir absolutamente nenhum crédito aos autores dos quais ela se valeu. 


 

 IV.            Tudo indica que por quase dois anos houve dúvidas com relação a publicação da pesquisa conduzida pelo Dr. Veltman. Entretanto (e finalmente), o resultado da investigação do Dr. Fred Veltman foi publicado na revista Ministry de novembro de 1990, a revista oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia para seus pastores nos Estados Unidos. A seguir, alguns relatos tais como aparecem na revista:


 

 "É de suma importância notar que foi Ellen G. White mesma, não seus assistentes literários, quem compôs o conteúdo básico do texto do livro O Desejado de Todas as Nações. Ao fazer isto foi ela quem tomou expressões literárias das obras de outros autores sem lhes dar crédito como suas fontes.”


 

 “Segundo, deve-se reconhecer que Ellen G. White utilizou os escritos de outras pessoas consciente e intencionalmente(...). As semelhanças literárias não são o resultado de acidente ou memória fotográfica.”


 

“Implícita ou explicitamente, Ellen G. White e outros que falaram em nome dela, não admitiram até negaram a dependência literária (plágio) da parte dela." (p. 11).


 

“Eu penso que qualquer tentativa de direcionar este problema (do plágio) deveria incluir uma consideração séria do que está se entendendo pelo tipo de inspiração de Ellen G. White e do papel dela como uma profetisa.”


 

"A maior parte do conteúdo do comentário de Ellen G. White sobre a vida e o ministério de Cristo, O Desejado de Todas as Naçõesé mais derivado do que original (...). Em termos práticos, esta conclusão declara que não se pode reconhecer nos escritos de Ellen G. White sobre a vida de Cristo nenhuma categoria geral de conteúdo ou conjunto [catálogo] de idéias que sejam somente dela." (p. 12).


 

"Devo admitir desde o começo que, na minha opinião, este é o problema mais sério a ser deparado com relação à dependência literária de Ellen G. White. Isto atesta um golpe ao coração de sua honradez, sua integridade, e portanto, sua confiabilidade." (p. 14).


 

A "conclusão" de nº 4 no estudo é: "Ellen G. White empregou um mínimo de 23 fontes de vários tipos de literatura, inclusive ficção, em seus escritos sobre a vida de Cristo". "Na verdade, não há meios de saber quantas fontes [exatamente] estão representadas na obra de Ellen G. White sobre a vida de Cristo". (p. 13).


 

V.            Os comentários do Dr. Fred Veltman procedem de alguém amigo, não de algum oponente da Igreja Adventista do Sétimo Dia. E ele não era só um amigo, como também um atuante obreiro adventista antes e depois da pesquisa. A Revista Ministry indagou a Robert Olson, na ocasião secretário do Patrimônio White, se estava satisfeito com a investigação  levada a cabo por Fred Veltman: "Estou totalmente satisfeito com esse estudo. Ninguém poderia ter feito um melhor trabalho. Ninguém. Ele [Fred Veltman] o fez como o faria uma pessoa neutra, não como um apologista". (op. cit., p. 16). 


 

VI.            Como se viu, sobre a obra "O Desejado de Todas as Nações" também é revelado pelo relatório do Dr. Fred Veltman que 23 diferentes obras foram utilizadas em sua composição, inclusive contos de ficção, como um romance fictício de uma jovem que escrevia sobre Jesus para o seu pai, um rico comerciante judeu que morava no Egito. (Veltman’s Report).


 

VII.            Observe esta conclusão feita pelo Dr. Fred Veltman, que destacamos novamente aqui: "Devo admitir desde o começo que, na minha opinião, este [o plágio e sua negativa] é o problema mais sério a ser deparado com relação à dependência literária de Ellen G. White. Isto atesta um golpe ao coração de sua honradez, sua integridade, e portanto, sua confiabilidade." (Revista Ministry, nov. de 1990, pág. 14).


 

 

 
 

Parte II

 
 

Os líderes da Igreja tinham conhecimento do Plágio em Ellen G. White?


 

Embora negassem oficialmente o plágio nas obras de Ellen G. White, desde a época em que ela vivia, os dirigentes da Igreja Adventista do Sétimo Dia e alguns assistentes literários tinham conhecimento que Ellen G. White utilizava obras de outros autores para produzir seus escritos. Conforme se pode perceber pela leitura do Relatório da Conferência dos Professores de Bíblia da Associação Geral de 1919, quatro anos após a morte de Ellen G. White, os principais líderes mostraram saber desse fato e alguns demonstravam uma séria preocupação de como fariam para contar aos irmãos da igreja. (Report of Bible Conference, 1919). Quanto desse assunto eles sabiam? Porque esse assunto não chegou às Igrejas?


 

 I.            Arthur Daniells, presidente da Conferência Geral da IASD (na época de Ellen G. White), afirmou em 1919 sobre o livro "Sketches of Life of Paul" de 1883, que Ellen G. White havia copiado tanto material do livro "A Vida e as Epístolas de Paulo", que seus autores Conybeare e Howson, ameaçaram a denominação em função do plágio. Embora o livro estivesse sendo considerado para ser vendido pelos colportores, ele foi tirado de circulação (o livro chegou a ser publicado em 1883 por duas casas publicadoras adventistas, Review and Herald e Pacific Press; Report of Bible Conference, 1919). Anos mais tarde, D. E. Robinson, em defesa de Ellen G. White, afirmou que o pr. A. G. Daniels não deveria se lembrar adequadamente do fato, pois não foram os autores, mas foi ‘a Editora T. Y. Crowell Co. New York’ que entrou em contato com a liderança da denominação adventista e que ‘não houve ameaça de processo’, mas que houve um acordo e o livro foi recolhido. (W. C. White, "Brief Statements Regarding the Writings of Ellen G. White" (St. Helena, Calif., "Elmshaven" Office, August, 1933, reprinted, 1981).


 

II.            O relatório da Conferência de 1919 mostra que muitos dirigentes (aqui incluido Tiago White) sabiam desde o tempo em que EGW ainda vivia, que seus escritos continham erros e que neles havia plágio (empréstimo literário) de outras obras. Embora fosse tomada uma decisão durante a citada reunião para que o relatório ou suas conclusões fossem disponibilizados para toda a liderança da igreja em todos os níveis, infelizmente nada foi feito para esclarecer aos membros da Igreja e nem mesmo aos pastores em formação sobre esses assuntos. Embora pessoas de influência tenham demonstrado claramente essa preocupação (W.W. Prescott, A.G. Daniels e outros) foi feita uma opção pelo silêncio. As 2400 páginas dos Relatórios ficaram em uma sala da Conferência Geral até 1974, ano em que foram ‘descobertas’ pelo administrador da igreja Dr. F. Donald Yost e finalmente disponibilizadas à alta liderança. Depois do advento da internet, e depois de pressões externas, elas foram disponibizadas no site do White State (www.whitestate.org) (Report of Bible Conference, 1919).


 

III.            Em 1980 (antes mesmo da investigação do Dr. Fred Veltman), numa reveladora declaração do presidente da Conferência Geral  da Igreja Adventista, Neal C. Wilson, foi afirmado de que a alta liderança e o White State sempre souberam do plágio. Entretanto, Neal Wilson disse que tinha que admitir que “a quantidade de material que foi tomado ‘emprestado’ era maior do que o que eles sabiam anteriormente." (Neal C. Wilson, "This I Believe about Ellen G. White," Adventist Review, 20 Março de 1980, p. 8-10).


 

IV.            Declaração semelhante foi feita pelo neto da sra. White, Arthur White, pouco antes de sua morte: “É certo que o intenso trabalho de estudo (...) tem revelado um uso mais amplo de outros escritos por parte de Ellen G. White do que era consciente o White State e os dirigentes da Igreja.” (Arthur L. White, "The Prescott Letter to W. C. White [6 de Abril de 1915], Washington: EGW Estate, 18 de janeiro de 1981, p. 4, 7).


 

V.            A srta. Mary Clough, sobrinha de Ellen G. White, que a serviu na função de assistente literária por algum tempo entre 1874 e 1875, ciente de como o trabalho de produção das obras de Ellen G. White era feito, terminou por denunciar a metodologia literária da tia, confessando ao pr. Adventista George B. Starr o seu mal-estar em participar de tais atividades. (George B. Starr, in EGW Estate "Uma declaração concernente ... Fannie Bolton” EGW State DF 445). O depoimento dela ao pr. Starr é confirmado em um documento oficial adventista chamado “The Truth About The White Lie” (Document prepared by the staff of the Ellen G. White State in cooperation with the Biblical Research Institute and the Ministerial Association of the General Conference of SDA, August 1982. Revised January 1999).


 

VI.            A assistente de Ellen G. White, Vesta Farnsworth, numa surpreendente e sincera declaração ao obreiro Guy C. Jorgensen, negou que Ellen G. White tentasse impedir que outros vissem o que ela fazia:  "A acusação de que a irmã White cobria os escritos dela com o seu avental quando um visitante entrava para esconder o fato de que ela não estava copiando algo de algum livro, é verdadeiramente absurda.Não era nenhum segredo que ela copiava passagens selecionadas de livros e periódicos. Mas quando ela estava escrevendo testemunhos e reprovação a ministros mais velhos, ela às vezes desejou que isto não deveria ser do conhecimento de obreiros mais jovens. Isto a levou freqüentemente a cobrir os escritos dela quando as visitas chegavam". (Vesta Farnsworth to Guy C. Jorgensen, 01/12/1921).

 

 

“O Grande Conflito” é fruto de Plágio?


 

 

O livro “O Grande Conflito” é um dos clássicos da literatura adventista e um dos livros mais admirados de Ellen G. White. Também houve plágio em sua produção?

 

 I.            Em 1980, o Dr. Don McAdams, um erudito adventista, afirmou nas reuniões de Glendale que, “... se cada parágrafo do livro “O Grande Conflito” tivesse adequadamente notas de rodapé indicando as fontes, então todos os parágrafos do livro teriam referências ao pé da página.” McAdams também observou: "Ellen G. White não apenas tomava emprestados parágrafos aqui e ali segundo os encontrava no curso de suas leituras, mas também em realidade seguia os historiadores página após página, deixando fora muito material, mas utilizando sua seqüência, algumas de suas idéias e freqüentemente suas palavras. Nos exemplos que examinei, não encontrei nenhum fato histórico em seus textos que não estivesse nos textos deles.” (McAdams, "E. G. White and the Protestant Historians", p. 231-234, citação geral).


 

II.            Quatro anos após ter negado que Ellen G. White houvesse praticado plágio, o mesmo Robert W. Olson (responsável pelo White State) admitiu que "possivelmente cinquenta  por cento ou mais do material do livro “O Grande Conflito” foi extraído de outras fontes.” (Adventist Review de 23 de fevereiro de 1984). Vale mencionar que H. L. Hastings, autor não adventista, publicou um folheto intitulado “A Grande Controvérsia entre Deus e o Homem”. Anos depois, em 14 de março de 1858, Ellen G. White teve sua famosa visão em Lovett´s Grove sobre “O Grande Conflito”. Quatro dias mais tarde, em 18 de março de 1858, Tiago White publicou uma resenha do livro de H.L. Hastings na Review. Seis meses após a publicação dessa resenha, Ellen G. White publicou sua própria versão da “Grande Controvérsia”. As idéias foram publicadas em “Spiritual Gifts”, vol. I. Mais tarde este material evoluiu para converter-se no livro “O Grande Conflito”. (Review and Herald, 18/03/1858).


 

III.            Sobre a obra "O Grande Conflito", fruto de cópias de outros autores (empréstimo literário ou plágio) conforme declarações de Robert Olson e Don McAdams (eruditos adventistas), Ellen G. White afirmou especificamente: "Enquanto eu preparava o manuscrito do "Grande Conflito" era sempre consciente da presença dos anjos de Deus. E muitas vezes as cenas sobre as quais estava escrevendo se apresentam novamente em visões à noite, de maneira que estavam sempre frescas e vívidas em minha mente." (Carta 56, 1911, O Colportor Evangelista, p. 128).


 

IV.            Ainda sobre a obra “O Grande Conflito”, ao copiar do livro "The History of Protestantism" da autoria do Rev. J.A. Wylie, até mesmo a gravura utilizada no livro citado foi transposta para o "Grande Conflito" sem autorização. ("The History of Protestantism" da autoria do Rev. J.A. Wylie, p. 30, 1876; "The Great Controversy", Original 1886, p. 76-77). Para colocar fim a acusação de uso indevido da imagem, um acordo foi firmado e a organização adventista comprou 1000 exemplares de outra obra da editora Cassel & Company.


 

V.            Em defesa de Ellen G. White e dos editores, a Conferência Geral explica que a matriz foi comprada da Cassell & Company Ltd., e os documentos que comprovam esta compra foram destruidos num incêndio da Pacific Press. Mas a comparação entre as gravuras mostra que a história está mal contada. A gravura que aparece no Grande Conflito parece uma cópia feita em processo rudimentar; quando se comparam as gravuras, vê-se que não têm o mesmo tamanho; apagaram o nome do artista e puseram "Pacific Press Oakland,Cal.". Estes detalhes são importantes, pois se a matriz original tivesse sido comprada, as gravuras teriam o mesmo tamanho, mesma qualidade e o mesmo nome do autor. O que será que aconteceu? (Ennis Meyer, adventistas.ws).


 

VI.            Todas as edições da obra O Grande Conflito anteriores a 1911 são falhas com relação a menção das fontes: autores e livros de onde as ideias, pensamentos e textos foram extraídos.


 

 

Ellen G. White também copiou para compor seus outros livros e artigos?


Bem, realmente é surpreendente que ela tenha utilizado tanto material de outros autores para compor “O Desejado de Todas as Nações” e “O Grande Conflito”. Mas será que para escrever suas outras obras e seus artigos ela também utilizou material de outras fontes? 

 

I.            Durante as décadas de 1980 e 1990 as descobertas e revelações sobre o plágio que chegaram aos ouvidos dos adventistas sobre as obras de Ellen G. White evoluiram desde os clássicos da série “Conflito” (Patriarcas e Profetas, Profetas e Reis, O Desejado de todas as Nações, Atos dos Apóstolos, O Grande Conflito) para os livros de saúde, depois para os “Spiritual Gifts”, artigos e até mesmo os “Testemonies”, que alguns julgavam totalmente originais. O estudo de Fred Veltman, embora enfocasse o “Desejado”, confirmou o que outros haviam revelado: dependendo do material utilizado dos escritos de Ellen G. White, o copiado podia chegar a até 90% (Veltman Report, 1990). Mas o Veltman Report aponta uma média geral de 31%  É tanto plágio que nem mesmo o livro Educação, (que depois foi plagiado por um primeiro ministro de uma nação africana) escapou. E neste livro (Educação), até um dos mais recitados e admirados pensamentos de Ellen G. White, considerado como uma das pérolas da inspiração, é de outro autor:


 

“A maior necessidade do mundo é de homens – homens que não se compram nem se vendam, homens  que sejam verazes e honestos no mais íntimo de seu ser, homens que não temam chamar o pecado pelo verdadeiro nome, homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo, homens que permaneçam ao lado da verdade ainda que caiam os céus.” (Educação, p. 7, publicado em 1903).


 

Este pensamento havia sido publicado na “Review and Herald” na Seção “Seleto” muitos anos antes e estava sem o nome do autor, porque tinha sido retirado de uma fonte desconhecida ou que não era aceitável nomear. ["Recheio" Editorial], Review, Tomo 37, n. 6, janeiro de 1871).


 

II.             Em 1898 Ellen G. White escreveu um artigo que foi publicado na Review and Herald. O artigo dizia assim: “Nas visões da noite, ministros e obreiros pareciam estar em uma reunião onde as lições da Bíblia estavam sendo ministradas. Nós dissemos: ‘Temos o Grande Professor conosco hoje’, e escutamos com grande interesse as suas palavras. Ele disse: “(...)”


 

III.            Após essa introdução, Ellen G. White citou literalmente uma cópia do texto de John Harris, extraido do livro “The Great Teacher” (O Grande Professor) escrito em 1836 e reeditado algumas vezes. Observe que ela atribuiu ao Espírito de Deus o trecho copiado do livro de Harris. Note que ela utilizou até mesmo o título do trabalho de Harris (“O Grande Professor”) dizendo que este tinha sido mencionado na visão. (Manuscrito 27, Extraído de “Ellen G. White-Mensageira da Igreja Remanescente”, p. 35. Da autoria de seu neto Arthur L. White) (John Harris, The Great Teacher (Amherst: T. S. & C. Adams, 1836: Boston: Gould and Lincoln, 1870) p. 14-18: Veja também EGW, Testimonies for the Church, tomo 6, p. 58-60) (Review and Herald de Abril 4, 1899).


 

 

Há como defender Ellen G. White nessa questão do Plágio?

 

 Esse assunto torna-se inquietante e desagradável, mas será que é possível defender Ellen G. White ou encontrar as explicações para este procedimento?


 

I.            Vários dos autores dos quais Ellen G. White copiou eram bastante meticulosos em seus escritos e indicavam suas fontes. Um caso de destaque é o de J. N. Andrews, pesquisador e intelectual adventista, do qual ela utilizou considerável material desde muito cedo em sua carreira literária. (Doug Hackleman, Adventist Currents, junho de 1985).


 

II.            Ellen G. White pediu aos outros que iriam citar os seus escritos que fizessem menção dela como autora. Em 30 de janeiro de 1905, David Paulson solicitou a Ellen G. White que permitisse a utilização de seus artigos para a sua revista mensal The Life-boat. Willie White, filho de Ellen G. White, respondeu assim a solicitação em 15 de fevereiro de 1905: “Minha mãe me pediu que diga ao sr. que pode sentir-se livre de selecionar de seus escritos artigos curtos para a ‘The Life-boat’. Você pode fazer resumos destes artigos curtos e de escritos similares, dando o devido crédito em cada caso.” (D. M. C., Life of Ellen G. White, cap. 10). Diante disso é estranha a tentativa de defender Ellen G. White feita por Robinson, de que "ela atuava sem conhecimento dos padrões literários que consideravam o uso dos escritos alheios como condenável ou desleal.” (White and Robinson, "Brief Statements," p. 18).


 

III.            Ellen G. White pediu a seu filho “que não contasse a ninguém” que ela copiava de outros autores. (The Adventist Review, 23 fevereiro, 1984, p. 5 no artigo “Sources of the Great Controversy”).


 

IV.            Para Herbert E. Douglas, a responsabilidade sobre o negar e ocultar o método utilizado por  Ellen G. White ao se valer dos escritos de outros seria da própria sra. White. Citando Robert W. Olson, ex-diretor do Patrimônio Literário White, ele afirma: “’Em minha opinião, ela não queria que seus leitores, concentrando-se no método, fossem distraídos da mensagem. A indevida atenção sobre como escreveu poderia levantar dúvidas desnecessárias a respeito da autoridade do que ela escreveu.” A fala de Robert Olson neste trecho é incrivelmente reveladora. É desconcertante. É como se ele estivesse pedindo a todos para não darmos muita importância ao fato de Ellen G. White se valer do plágio para produzir suas obras, pois isso poderia nos levar a duvidar da autoridade dela como profetisa da Igreja Adventista. (Robert W. Olson, "Questions and Problems Pertaining to Mrs. White´s Writings on John Huss," EGW State, 1985, p. 6)


V.            Reservadamente em documentos do White State, Robert Olson afirmou: “Também é fato que ela tinha diante de si os livros de onde copiava os trechos e não uma memória fotográfica.” (...) “Estou convencido de que ela tinha diante de si algumas obras enquanto escrevia, no entanto a igreja crê que ela possuía memória fotográfica e inconscientemente utilizava as palavras de outros autores.” (“Mensageira do Senhor”, p. 462; www.whitestate.org; Robert W. Olson, "Questions and Problems Pertaining to Mrs. White´s Writings on John Huss," EGW State, 1985, p. 6).
 

VI.            Uma única vez, numa contradição de suas próprias declarações de sempre escrever o que era inspirado em visões, Ellen G. White admitiu, após ser questionada do ‘porquê’ de suas visões publicadas serem tão semelhantes aos ensinos dos livros de J. C. Jackson sobresaúde, de que, como havia muita "harmonia" de pensamento, ela "copiou" trechos da obra do autor citado. (R&H do dia 08/10/1867).


 

VII.            O que se sabe hoje é que, ao longo de mais de cem anos, várias pessoas chamaram a atenção para a questão do plágio nas obras de Ellen G. White. Canright foi o primeiro a chamar a atenção para esse assunto. Depois William Patterson, Ingemar Linden, Ronald Numbers, Jonathan Butler, Don McAdams, Warren H. Johns, Ron Graybill e outros acrescentaram mais dados à evidência já acumulada de sua dependência literária durante toda a sua vida, de fontes às quais ela não deu o devido crédito. E por muitos anos e décadas, tanto Ellen G. White e os responsáveis pelo Patrimônio White, bem como os administradores da Igreja negaram esse fato, Somente com as críticas levantadas pelo pastor Walter Rea (e depois tornadas públicas com a publicação do livro White Lie) que a organização adventista se viu forçada a investigar oficialmente a questão.


 

VIII.            Herbert E. Douglass, numa tentativa de defender Ellen G. White da acusação de plágio faz a seguinte declaração: "Ellen G. White não copiou por atacado ou sem discriminação. O que selecionou ou não selecionou, e como se alterou o que selecionou ‘revela que ela usou fontes literárias’ para amplificar mais destacadamente ou indicar seus próprios temas transcendentais; ela era o mestre, não o escravo, de suas fontes." E ainda mais, Douglass faz outra defesa estranha de Ellen G. White, ao afirmar que ela tinha “apreço pelos melhores pensamentos alheios para comunicar a clara intenção da mente”. (Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor, p. 461, em inglês). Observe que Douglass, um defensor de Ellen White, está dizendo claramente que ela gostava tanto das melhores ideias dos outros, que ela as tomava para si. É verdade. Ela tomava para si, dizia que tinham vindo de Deus, negava que havia pego dos outros, compunha seus livros e exigia direitos autorais.

 

 

 

IX.            “Ellen G. White havia descoberto percepções e fraseologias de outros autores que a ajudavam a explicar melhor os penetrantes pensamentos que ela queria comunicar”. (“Mensageira do Senhor”, p. 252, 253, 450-453, em português).  Robert Olson, que foi por vários anos o diretor do White State também se pôs a defender Ellen G. White: "É fato que Ellen G. White verdadeiramente usou obras de outros até certo ponto enquanto empenhada em seus escritos, mas não há nenhuma evidência da intenção de fraude, por parte dela, nem há evidência de que qualquer outro autor fosse alguma vez privado de seus legítimos benefícios por causa das atividades dela." (idem). Estranho, ele não nega a intenção de fraude, ele nega a evidência da intenção de fraudeE ao dizer quenenhum outro autor foi privado de seus interesses por causa das atividades dela, ele deliberadamente deixa de mencionar e gostaria que não nos lembrássemos do caso do livro que ela plagiou de Conybeare e Howson em 1883 e quase enfrentou um processo por isso.

X.            
O White State realizou uma pesquisa interna em 1983 e chegou a afirmar que de todos os escritos de Ellen G. White, em apenas 2% (dois por cento) havia paralelos com as obras de outros autores. Porém, o estudo mais aprofundado do Dr. Fred Veltman revelou em 1990 que esse percentual era muito maior. Atualmente, diante de tantas evidências e do conclusivo estudo do Dr. Veltman, o White State (Depositários do Patrimônio literário de Ellen G. White) em seu site oficial (ellengwhite.org) afirma sem rodeios: "Ellen G. White freqüentemente fez uso de fontes literárias ao comunicar suas mensagens."

 

XI.            No site oficial dos Depositários do Patrimônio literário de Ellen G. White (ellengwhite.orgwhitestate.org) são disponibilizados o resultado oficial das investigações do Dr. Fred Veltman, o Relatório da Conferência dos professores de Bíblia da Associação Geral de 1919 (Report of Bible Conference, 1919) e vários outros documentos.

 

XII.            Em 1981, nove anos antes da publicação do conclusivo relatório do Dr. Fred Veltman (que revelou que Ellen G. White de fato praticou plágio), a Igreja Adventista contratou o advogado Vincent L. Ramik, um especialista em patentes, marcas registradas e nos casos de copyright para defender Ellen G. White das acusações de plágio em seus escritos. O advogado contratado pela Igreja, como era de se esperar, deu um parecer favorável a sra. White. As afirmações a seguir são do próprio site do White State (responsável oficial pelo Patrimônio Literário de Ellen G. White): O "mero uso de expressões de outros não constitui o roubo literário" (…).

 

XIII.            A opinião legal de Vincent Ramik: "Ellen G. White não era uma plagiarista, e trabalhos dela não constituem infração dos direitos de copyright." Ramik continua, ao listar porque Ellen G. White deve ser inocentada da acusação de plagio: 1) "suas seleções ‘permaneceram bem dentro dos ‘limites legais' do uso justo.’ 2) ‘Ellen G. White usou os escritos de outrosmas na maneira que os usou, ela tornou-lhes excepcionalmente seus próprios’ (…) ‘adaptando as seleções em sua própria estrutura literária.’ 3) ‘Ellen G. White incitou seus leitores a terem cópias de alguns dos livros que ela empregou, demonstrando que não tentou esconder o fato de seu uso de fontes literárias, e que não teve nenhuma intenção de fraudar ou substituir os trabalhos de nenhum outro autor." Ressalte-se queRamik não era um juiz julgando um caso, mas apenas um advogado dando um parecer a um cliente. As leis que punem o plágio só passaram a valer nos Estados Unidos em 1916, um ano após a morte de Ellen G. White. (O parecer do advogado católico levou em consideração as leis vigentes nos Estados Unidos sobre direitos autorais entre 1850 e 1915 e foi publicado na Adventist Review em 17 de setembro de 1981, p. 3, e também se encontra no site do White State).

 

Perguntas:

I.         Ao longo de sua carreira literária, Ellen G. White negou diversas e reiteradas vezes que utilizasse outras fontes, que não os seus sonhos e visões para escrever seus livros. No entanto, ela de fato copiava de outros autores, sem atribuir-lhes crédito. Que nome dar a essa atitude?

II.      Porque Ellen G. White copiou de outros autores sem dar-lhes crédito?

III.   Porque Ellen G. White afirmava estar sendo inspirada por Deus ao mesmo tempo em que praticava plágio?

IV.   Porque Ellen G. White negou direta ou indiretamente a sua verdadeira metodologia literária?

V.      Porque os dirigentes da Igreja Adventista (que tinham consciência do plágio) não advertiram ou repreenderam Ellen G. White? Se o fizeram, porque ela continuou?

VI.   Porque os dirigentes da Igreja adventista negaram e decidiram ocultar dos membros da igreja a verdade sobre os métodos utilizados por Ellen G. White ao escrever seus livros?

VII.Por que a Igreja afastou da organização e retirou a credencial do pastor que levou o assunto à administração da IASD?

VIII.  Porque o relatório do Dr. Fred Veltman não foi apresentado a toda a Igreja em todo o mundo?

IX.   Precisava Ellen G. White ser defendida por um advogado? O parecer do advogado inocenta ou ratifica a culpa de Ellen G. White?

X.      O advogado foi contratado para dar um parecer específico a um cliente particular. Se o parecer fosse contrário ao esperado, teria ele sido divulgado pela Igreja?

XI.   O advogado Vincent Ramik disse que ela não seria condenada pelas leis americanas sobre direitos autorais do período. Isso torna correto o que Ellen G. White fez?

XII.O fato de Ellen G. White não ser considerada plagiária por um advogado torna moralmente correto o que ela fez?

 

 

Parte III

 

 

Outros escreveram por ela ou a influenciaram diretamente?

 

 

Ellen G. White afirmou: “Não tenho o hábito de ler nenhum artigo doutrinal no diário para que minha mente não sofra a influência das idéias e pontos de vista de nenhuma outra pessoa.” (Mensagens Escolhidas, vol 3, p. 63).  Embora alguns defensores de Ellen G. White neguem que ela recebesse influência de outros autores, é fato evidente em suas obras a influência direta de vários deles. Mas será que além de ser influenciada, Ellen G. White assumiu a autoria de material escrito por outras pessoas?

 

A obra mais famosa de Ellen G. White é o livro “Caminho a Cristo”, traduzido em mais de 150 idiomas e com publicações que ultrapassam a casa dos quinze milhões de exemplares. Sobre essa obra repousam sérias questões que merecem ser analisadas. Como este livro foi produzido e porque esse assunto é tão delicado para o White State?

 

 

I.            Fannye Bolton, secretária de Ellen G. White afirmou que 'parte' do que era publicado sob o nome de EGW eram construções suas e de Marian Davis. A maior parte da obra “Caminho a Cristo”, além da revisão e montagem final é da autoria de Fannye Bolton, conforme suas próprias declarações. Embora Herbert Douglass, no livro “A Mensageira do Senhor”, afirme que várias idéias e escritos anteriores de Ellen G. White estejam presentes no livro “Caminho a Cristo” e negue a autoria de Marian Davies, ele não nega a participação de Fannye Bolton. Fannie Bolton não só escreveu livros para a Sra. White, como também artigos e algumas cartas sob o nome da Sra. White. Fannie confessou a Merritt G. Kellogg, meio-irmão de John Harvey Kellogg, que o que ela escrevia... "publicava-se na Review and Herald (...) como se o tivesse escrito a Sra. White sob a inspiração de Deus. (...) Sinto-me muito angustiada por esse assunto, porque sinto que estou agindo com engano. As pessoas estão sendo enganadas acerca da inspiração do que eu escrevo. Parece-me muito mal que qualquer coisa que eu escrevo saia sob o nome da Irmã White como um artigo especialmente inspirado por Deus. O que eu escrevo deveria sair com minha própria assinatura (...) assim o crédito seria dado a quem lhe corresponde." (Review and Herald, 27 de nov. de 1883; F. D. Nichol, Ellen G. White and her Critics, Review and Herald, 1951, USA, pgs. 479-486; Herbert Douglass, Mensageira do Senhor, 453).

 

II.            O neto de Ellen G. White, Arthur White afirmou em tom de desafio: “Se as mensagens transmitidas por Ellen G. White tiveram sua origem nas mentes ou nas influências que a rodeavam; se as mensagens sobre organização se pode seguir seus rastros até as idéias de Tiago White ou George I. Butler; se os conselhos sobre saúde se originaram nas mentes dos doutores Jackson, Trall ou Kellogg; se as instruções sobre educação se basearam nas idéias de G. H. Bell ou de W.W. Prescott; se os altos estandartes defendidos nos escritos e livros de Ellen G. White foram inspirados por homens poderosos de sua causa – então os conselhos do Espírito de Profecia não significam nada para nós do que algumas boas idéias e conselhos úteis.” (Arthur L. White, "Who Told Sister White?" Review (14 de Mayo de 1959), p. 1. p. 6).

 

III.            Interessante é notar que Arthur White menciona os nomes que todo bom pesquisador da história da Igreja Adventista imagina. Estas pessoas citadas de fato influenciaram Ellen G. White. Seu neto, ao lançar um desafio (o qual ele depois negaria enfaticamente no mesmo artigo), acaba por apontar para as pessoas certas revelando um fato dado como certo por vários teólogos e membros da igreja de hoje. Entretanto, vinte e dois anos mais tarde, em 1981. Quando admitiu que houve dependência literária nos escritos de Ellen G. White, já perto de sua morte, Arthur White acabou por confirmar que Ellen G. White sofreu forte influência de outros. Será que podemos deduzir como verdadeiras suas palavras “os conselhos do Espírito de Profecia não significam nada para nós do que algumas boas idéias e conselhos úteis”? (Arthur L. White, "The Prescott Letter to W. C. White [6 de Abril de 1915], "fotocopiado (Washington: EGW Estate, 18 de Enero de 1981), p. 4, 7.)

 

IV.            Secretárias e mesmo Willie White escreveram ‘cartas de aconselhamento’ que receberam o selo “Ellen G. White”. E a ajuda que ela recebeu de suas secretárias e ajudantes editoriais ultrapassavam muitas vezes o limite da revisão e seleção de temas. Eles tinham muita liberdade para reorganizar o material para sua edição final. Marian Davis, Clarence C. Crisler, Dores E. Robinson, Mary Steward, Fannie Bolton, Mary H. Crisler, Sarah Peck, Maggie Hare, e H. Camden Lacey eram as pessoas mais conhecidas que trabalharam com ela diretamente. Mas houve outros mencionados por Willie White: Lucinda Abbey Hall, Adelia Patten Van Horn, Anna Driscoll Loughborough, Addie Howe Cogshall, Annie Hale Royce, Emma Sturgis Prescott, Mary Clough Watson, e a sra. J. L. Ings. (W. C. White, citado por Robert W. Olson y Ronald D. Graybill em um Seminário no Southern Missionary College no outono de 1980; De W. C. White para o Comitê da Conferência Geral, 3 de Outubro de 1921; John Harvey Kellogg - Entrevista autêntica -  G. W. Amadon, para o ancião A. C. Bourdeau - Battle Creek, Michigan, 7/10/1907).

 

V.            Tiago White afirmou: “Ela é frágil e deve ser tratada com delicadeza, ou nada pode fazer. Os Prs. Butler e Haskell têm tido uma influência sobre ela que espero ver interrompida. Isso quase a tem arruinado. Esses homens não devem ser suportados pelo nosso povo para agirem como têm agido ao ponto de quase todos os nossos ministros desanimarem quase que inteiramente. Os jovens são mantidos fora do ministério pela atitude estreita e cega deles.” “A pressão tem sido terrivelmente dura sobre minha pobre esposa. Ela tem sido muito influenciada pelos Prs. Butler e Haskell.” (Citado em The Case of D. M. Canright, por Norman F. Douty, p. 77 e 78).

 

 

VI.            Ao compor diversos livros como “O Grande Conflito”, “Atos dos Apóstolos”, “Patriarcas e Profetas” e “O Desejado de todas as Nações” (além de outros), Ellen G. White recebeu ajuda direta, orientações, conselhos e material de Tiago White, Urias Smith, John Andrews, W. W. Prescott, A.G. Daniells, Dores E. Robinson, O. C. Crysler, isso além de seus assitentes editoriais e secretárias. (Uriah Smith, "The Sanctuary and the Twenty-three Hundred Days of Daniel VIII, 14". Battle Creek: Steam Press, 1877. J. N. Andrews, The Prophecy of Daniel: the Four Kingdoms, the Sanctuary, and the Twenty-three Hundred Days la Profecía de Daniel (Battle Creek: Steam Press, 1863. Robert W. Olson, "Historical Discrepancies in the Spirit of Prophecy", nota no apêndice por Arthur L. White, fotocopiado - Washington: EGW Estate, 17 de Julio de 1979, General Conference Report, 1919).

 

 

Perguntas:

I.                   Poderia uma profetisa inspirada por Deus aceitar ajuda para escreverem em seu lugar e compor seus escritos de pessoas não inspiradas diretamente?

II.                Por que Ellen G. White permitia que cartas escritas por secretárias levassem seu nome?

III.             A beleza e o estilo superior de algumas obras de Ellen G. White se deve a ela ou aos seus colaboradores?

IV.             Por que não foi dado o devido crédito a Fannye Bolton? E por que os outros colaboradores não receberam nenhuma menção?

 

 

 

Ellen G. White ou White Lie?

 

Entre 1977 e 1979, Robert Olson, secretário do White State manteve correpondências e reuniões com um pastor adventista do sul dos Estados Unidos, chamado Walter Rea, que realizava uma série de pesquisas intrigantes sobre os escritos de Ellen G. White. Olson pediu ao pastor Walter Rea que não publicasse seus estudos até que outros pudessem analisá-lo e teve seu pedido atendido. Reconhecidamente pelo White State, Walter Rea era a pessoa que havia estudado mais a fundo os livros de Ellen G. White e como eles tinham sido escritos. A divulgação em alguns círculos adventistas dos estudos de Walter Rea sobre o “plágio” nos “testemunhos” levaram a administração a convocar uma reunião em 1980 para analisar esse grave assunto.

 

 

  1. Nas correspondências com Walter Rea, o White State (com sede em Washington) sempre parecia ter desculpas para os "empréstimos literários" de Ellen G. White. Então, nessa época, um jovem chamado Bruce Weaver, seminarista da Universidade Andrews e pastor na Conferência do Arkansas-Lousiania, teve acesso ao material de pesquisa de Walter Rea e pediu para fotocopiá-lo. Recebeu autorização e percebeu que havia mais informação no material do que apenas os estudos de Walter Rea. Ali também estava uma lista com nomes de todos os livros que havia na biblioteca particular de Ellen G. White e ainda as sugestões dadas por escrito por Robert Olson e Arthur White de como lidar com o problema ‘Walter Rea’ (utilizar linguagem de duplo sentido e fazer pressão sobre ele). Cientes de que o material havia caído em mãos erradas, o White Estate acusou Bruce de ‘roubar’ o material da biblioteca, ainda que ele só tivesse copiado e devolvido. Ao final, Bruce foi despedido do seminário e do ministério. (Depoimento pessoal de Bruce Weaver – [exposed] – Site; W. L., p. 11, 1982).

 

  1. Com a divulgação informal das pesquisas de Walter Rea, Olson se dedicou a fazer uma campanha verbal para suavizar o impacto que as pesquisas revelavam. Além disso, pessoas de várias regiões da América Norte já estavam solicitando a evidência encontrada nos trabalhos do pastor Walter Rea. Numa apresentação que Olson fez, numa tarde de janeiro de 1979, na Universidade de Loma Linda, na Califórnia, alguém no auditório perguntou a respeito do empréstimo literário por parte de Ellen G. White. A resposta de Olson foi no sentido de que nada disso era verdade, que todos os escritos eram apenas de autoria dela. Chocado com essa atitude de Olson, Walter Rea dirigiu-se diretamente à cúpula da Igreja e apresentou o caso. (W. L., p. 12, 1982).

 

  1. Em Glendale foi formado um comitê para estudar o assunto. Ele recebeu o nome de “Glendale Committee, "Ellen G. White and Her Sources” e ocorreu nos dias 28 e 29 de  janeiro de 1980. Vieram a tona não só os estudos de Walter Rea, como também outros que o White State já possuía há algum tempo. Cientes de que Ellen G. White havia utilizado em grande medida outros autores para compor suas obras, decidiu-se contratar um erudito adventista para realizar uma longa investigação sobre a dependência literária de Ellen G. White ao escrever o livro “O Desejado de Todas as Nações”. No caso do livro “O Grande Conflito” esta pesquisa se mostrava naquele momento desnecessária, em função de ser óbvio de que ela havia se servido de outros autores. Mas no caso do “Desejado” isso não era tão evidente e este era um dos livros mais apreciados de sua autoria. (http://www.whiteestate.org/issues/issues.asp)

 

  1. Este é o anúncio editorial não assinado na Revista Adventista norte-americana em 27 de novembro de 1980:

 

"Depois de exame cuidadoso dos dados, isto [O Comitê de Glendale, de 28-29 de janeiro de 1980] concluiu que o uso que Ellen G. White fez de outras fontes foi mais extenso do que nós tínhamos percebido a princípio; recomendamos que um erudito treinado em análise literária empreenda um estudo minucioso de “O Desejado de Todas as Nações”. Esta sugestão foi adotada pela Conferência Geral. O Dr. Fred Veltman, um erudito do Novo Testamento da Faculdade do Pacific Union College já está em tempo integral comprometido no projeto onde se espera que esteja terminado em aproximadamente dois anos".

 

  1. Impacientes com o andamento das coisas e aborrecidos com a divulgação das pesquisas de Walter Rea, a denominação tirou as credenciais de ministro adventista. Preocupada com o rumo que as coisas poderiam tomar e com o trabalho da equipe de Fred Veltman ainda no começo, a Associação Geral tomou uma decisão inusitada. Contrataram um advogado para defender Ellen G. White da acusação de plágio.

 

  1. contratação de um advogado católico para defender Ellen G. White da acusação de plágio acabou custando 'caro' para a organização. Primeiro porque a ala tradicional adventista não admitia nenhum tipo de ligação com a igreja do Vaticano e segundo, porque a defesa feita por Ramik é para bons entendedores, uma completa admissão de culpa. Torna-se evidente na opinião legal de Vincent Ramik que Ellen G. White só não pode ser considerada uma plagiária (ou plagiadora) porque a lei especifica dos direitos autorais surgiu apenas em 1916.

 

  1. As expressões ‘legais’ de Vincent Ramik de que as seleções de trechos de outros autores feitas por Ellen G. White “permaneceram bem dentro dos ‘limites legais' do uso justo’" e "Ellen G. White usou os escritos de outros, mas na maneira que os usou, ela tornou-lhes excepcionalmente seus próprios’ (…) ‘adaptando as seleções em sua própria estrutura literária’". Todas essas frases de Ramik são a mais perfeita admissão de dependência literária. E como ela não dava o devido crédito às suas fontes, isso acaba sendo uma confissão camuflada de plágio. É incompreensível como as declarações (de Ramik) ainda podem ser utilizadas por concienciosos adventistas para defender Ellen G. White. (http://centrowhite.uapar.edu/).

 

  1. Dois anos após seu desligamento, Walter Rea sentiu-se livre para publicar o livro “White Lie” (A Mentira Branca). Segundo depoimentos de adventistas que vivem há muitos anos nos Estados Unidos, o livro do pastor Rea ocasionou mais danos à IASD que os adventistas no resto do mundo poderiam imaginar e tiveram notícia. Felizmente para a administração da IASD, o livro não foi imediatamente traduzido para outras linguas e os seus efeitos ficaram circunscritos aos Estados Unidos. Este problema aliado às consequências já perceptíveis da questão doutrinária “Desmond Ford” fez com que milhares de adventistas abandonassem a igreja e a Igreja acabou passando por uma grave crise ideológica e financeira.

 

  1. A crise foi tamanha que até o jornal The New York Times deu espaço para ela em suas páginas. Com assuntos ligados a Ellen G. White, foi exposto no “The New York Times”, de 06/11/1982, com destaque, num artigo intitulado “7th-Day Adventists face Change and Dissent”. Entre os tópicos deste famoso periódico, estavam os subtítulos: “Mais de cem ministros já se demitiram da Igreja ou têm sido forçado a fazê-lo”; “O foco do fermento dos adventistas é a Universidade Andrews”; “Vários incidentes nos dois últimos anos têm provocado o aparecimento de tensões e abaixamento da moral”. Ali eram mencionadas as questões que envolviam o questionamento da autoridade de Ellen G. White, tanto por Walter Rea, como no caso Desmond Ford.

 

  1. Mas não era só isso, e o texto da Revista Time de agosto de 1982 (que cita como fonte a Revista “Ministry” de julho de 1982), declara: “O mais chocante de tudo: ela [EGW] usava as palavras de autores anteriores como se fossem as palavras que escutava quando em visão. Em alguns casos, ela usa as palavras de autores do século dezenove como se fossem de Cristo ou de um guia celestial.”

 

  1. Novamente vale a pena ler as palavras de alguém que estava no centro dos acontecimentos e olhava desde a perspectiva da igreja. No começo de suas investigações o Dr. Fred Veltman afirmou:

 

“... a credibilidade dos dirigentes da Igreja diminui a cada nova publicação. (...) A igreja deveria estar na linha de frente fazendo o estudo e informando aos membros da igreja quando a informação tenha sido cuidadosamente avaliada.”

“O que é difícil entender é porque a igreja não está disposta a trabalhar com Walter apesar de que ele está disposto a trabalhar com a igreja.”

“Walter está decidido a chegar fundo ao problema e torná-lo conhecido a Igreja. Ele não quer que outra geração passe pela agonia pessoal da desilusão que ele experimentou. Isto é inegociável para Walter e é difícil criticá-lo por sua convicção em vista da evidência e da história desse problema na igreja.” Fred Veltman, "Report to PREXAD on the E. G. White Research Project" [Informe para PREXAD sobre o Projeto de Investigação Acerca de E. G. White]; fotocopiado (Angwin, CA Life of Christ Research Project, n. d. [Abril de 1981], p. 21 a 25).

 

 

 

 

 

A Igreja tentou mostrar algo aos Membros numa Lição da Escola Sabatina?

 

A lição do 1º Trimestre de 2009 se propôs a fazer o que nenhuma outra lição antes tentou na história da Igreja Adventista: mostrar uma Ellen White mais humana, mais falível, sujeita a erros, mas sobretudo (e ainda) profetisa e autora de escritos inspirados. Bem, essa foi a proposta esboçada na introdução da Lição, mas no decorrer dela, ele faz exatamente o contrário. Enfatiza continuamente o dom superior de Ellen G. White e a compara com os profetas bíblicos.

 

Sobre o modelo de inspiração e forma de preparar os escritos, o autor da Lição, Gerhard Pfandl, faz comparações entre os autores bíblicos Lucas e Paulo e Ellen White. Mas ele faz uma comparação forçada, parcial e equivocada. (colaboração de J. Clophas).

 

  1. Gerhard Pfandl diz que tanto Lucas, como Ellen White tiveram inspiração em harmonia com os eventos históricos. Vejamos se de fato foi assim:

 

  1. Sobre o modelo de inspiração e forma de preparar os escritos, o autor da Lição, Gerhard Pfandl, faz comparações entre os autores bíblicos e Ellen White. Ao falar sobre a inspiração de Lucas (o evangelista bíblico), Gerhard Pfandl diz que ele “não foi testemunha ocular dos eventos que descreveu. Em vez disso, ele escreveu sobre o que aprendeu de outros, todos, sem dúvida, sob a inspiração e direção do Espírito Santo, o que assegurou de que o que escrevia estava em harmonia com os eventos históricos e com a vontade de Deus.” (Lição da Escola Sabatina, jan/fev/mar 2009, p. 60 da Lição dos Adultos – Professor, CPB). Fica claro que, por estar sob a direção e inspiração do Espírito Santo, Lucas escreveu em harmonia com os eventos históricos e de acordo com a vontade de Deus.

 

  1. Gerhard Pfandl fala que o mesmo se passou com Ellen White: que ela escreveu sob a inspiração do Espírito e em harmonia com os eventos históricos. Mas será que foi assim mesmo?

 

  1. Robert Olson (responsável pelo Patrimônio Literário White nas décadas de 1970 e 1980), após pesquisar diretamente nas fontes utilizadas por Ellen White, afirmou: “Ao seguir o livro de Willie, a sra. White fez várias afirmações históricas errôneas (sobre John Huss, por exemplo) que agora se consideram inexatas”. (Robert W. Olson, "Questions and Problems to Mrs. White´s Writings on John Huss," EGW State, 1975, p. 6). Em outras palavras, Ellen White não pode ser comparada com Lucas, pois ela não escreveu em harmonia com os eventos históricos. Olson continua: “Aceito o fato de que Ellen White seguiu a Willie muito, muito de perto – desde a página 97 até a página 110 do The Great Controversy (O Grande Conflito).” (idem). Ellen G. White copiou tantas páginas seguidas do escritor Willie, que copiou até seus erros históricos.

 

  1. E a partir daí, Robert Olson é ainda mais contundente: “Para mim, é difícil crer que o Senhor dera a sra. White uma visão ou uma série de visões que, ao longo de quatorze páginas, coincidisse com o escritor Willie em tantos detalhes.”  (idem).

 

  1. Como os documentos de Robert Olson são de 1975, fica evidente que mesmo antes das revelações do relatório do Dr. Fred Veltman, em documentos não abertos ao público, Robert Olson (responsável pelo Patrimônio Literário White) demonstrava não apenas já saber da questão do plágio, mas mesmo duvidar que Deus houvesse revelado algumas coisas a Ellen G. White. Mesmo assim, ele mentiu aos membros da Igreja da Califórnia em 1979, ao negar que Ellen G. White tivesse utilizado outras fontes que não seus sonhos e visões. Olson apresenta dois sérios problemas nos escritos ‘inspirados’ de Ellen White: mesmo escrevendo sob inspiração, havia erros e inexatidões históricas nos escritos da sra. White; ele, Robert Olson, duvidava que Deus houvesse revelado algumas coisas a Ellen G. White, pois ela copiou quatorze páginas consecutivas de outro autor, coincidindo em detalhes a tal ponto, que chegou mesmo a copiar seus erros.

 

  1. Para ele, diretor do Centro White americano, era difícil crer que Deus houvesse revelado através de visões aqueles detalhes históricos equivocados. E por que ele afirmava isso? Por que a própria sra. White negava utilizar outras fontes e dizia estar escrevendo sob inspiração: "Enquanto eu preparava o manuscrito do "Grande Conflito", era sempre consciente da presença dos anjos de Deus. E muitas vezes as cenas sobre as quais estava escrevendo se apresentam novamente em visões à noite, de maneira que estavam sempre frescas e vívidas em minha mente." (Carta 56, 1911; O Colportor Evangelista, p. 128).

 

  1. Mas o autor da Lição da Escola Sabatina continua a sua comparação e na sequência, compara Paulo, Lucas e Ellen White, dessa vez para dizer que os escritores bíblicos  também utilizaram outros autores como fonte. Após falar sobre Lucas, Pfandl fala sobre Paulo:

 

  1. “No Novo Testamento, o apóstolo Paulo não só recebeu informações verbais de outros (I Cor 1:10, 11) como, em alguns lugares, citou escritos de autores pagãos. Por exemplo, em Atos 17:28, ele cita o poeta ciliciano Aratus (...) Veja também I Coríntios 15:33 e Tito 1:12, em que Paulo citou outras fontes, tudo, a fim de ensinar a verdade inspirada.” (Lição da Escola Sabatina, jan/fev/mar 2009, p. 60 da Lição dos Adultos – Professor, CPB).

 

  1. Para completar a sua comparação, já falando sobre Ellen White, o autor da lição diz: “Em certas ocasiões, Ellen White usou outros livros como fontes de seus próprios escritos. Na introdução de O Grande Conflito, ela escreveu: “Os grandes acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma (...) Esta história, apresentei-a de maneira breve (...) Em alguns casos em que algum historiador agrupou os fatos (...) ou resumiu (...) suas palavras foram citadas textualmente; nalguns outros casos, porém, não se nomeou o autor, visto que as transcrições não são feitas com o propósito de citar aquele autor como autoridade (...) Narrando a experiência e perspectiva dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo, fez-se uso semelhante de obras publicadas”. (p. Xi, XII).

 

  1. Será que foi de fato assim? Será que Gerhard Pfandl tem razão dessa vez?

 

  1. O que o autor da lição não diz aos seus leitores (ou seja, aos membros da Igreja) é que tanto Paulo, quanto Lucas deixam bem claro para seus leitores o que estavam fazendo e de onde tiraram suas informações. Por exemplo, Lucas deixa claro no início de seu evangelho, tanto o seu estilo de escrever como as suas fontes de informações. Paulo, ainda mais consciencioso, toda vez que cita algo que não é de inspiração divina, deixa isso muito claro aos seus leitores. É só pegar a Bíblia e conferir: Lucas 1:1-4, Atos 17:28, I Cor. 1:10-11, 6:12, Tito 1:12.

 

  1. Com relação à Ellen White, o autor da lição não esclarece aos leitores o fato de que a obra O Grande conflito foi publicada em sua edição mais completa e conhecida em 1883 e vendida aos membros da Igreja e, pelos colportores, aos de fora, desde então, sem menção de que ela utilizou as obras de outros autores para compor seu livro. Somente em 1911, vinte e oito anos após aquela edição, após muitas críticas e acusações de plágio e um pedido dos colportores, é que a introdução de O Grande Conflito foi reformulada conforme citada acima e a obra também, passando a incluir as notas de referência das obras de outros autores, mas não de todos.

 

  1. E por que não há referências de todos os autores, os quais Ellen White usou como fontes na obra O Grande conflito? Porque, como disse o erudito adventista Don McAdams nas reuniões de Glendale em 1980 que, “(...) se cada parágrafo do livro “O Grande Conflito” tivesse adequadamente notas de rodapé indicando as fontes, então todos os parágrafos do livro teriam referências ao pé da página.” (McAdams, "E. G. White and the Protestant Historians", pp. 231-234).

 

  1. Outro ponto esclarecedor é dado pelo próprio Centro de Pesquisas White. Após tantos anos e o pelo fato de terem sido usados tantos autores diferentes, não era tarefa fácil identificar cada um deles. Por isso, mesmo na correção da obra vários autores utilizados por Ellen White não foram mencionados. Acompanhe a narrativa do filho de Ellen White sobre “A revisão do Grande Conflito de 1911” em documento oficial do White State:

 

“Quando apresentamos a minha mãe o pedido de alguns colportores, no sentido de que na nova edição não se deviam dar somente referências bíblicas, mas também as referências dos historiadores citados, ela nos instruiu a buscar e insertar as referências históricas. Também nos instruiu para que verificássemos as referências e corrigíssemos qualquer inexatidão que encontrássemos.” (...)

A busca de diversas passagens citadas de historiadores tem sido uma tarefa árdua, e a verificação das passagens citadas nos induziram a fazer mudanças na fraseologia do texto. (...)

Em alguns poucos casos, foram usadas citações de historiadores, pregadores e escritores modernos no lugar dos antigos, porque têm mais força ou porque não conseguimos encontrar a procedência das anteriores. (...) Em cada caso, minha mãe examinou detidamente a substituição proposta e as aprovou. (...)

Há, porém, alguns pontos ou citações do livro que até agora nos foram impossíveis de localizar. Afortunadamente, relacionam-se com assuntos acerca dos quais não há probabilidade de haver séria discussão. (...)

Em vários lugares foram mudadas formas de expressão para evitar que se produzissem ofensas desnecessárias. (...)

Fonte: Tópico sobre a Edição do Grande Conflito de 1911, pp. 02 e 03. (http://centrowhite.uapar.edu/pregyres.htm#pyrEGW).

 

 

  1. Embora Gerhard Pfandl se esforce, não é possível comparar Ellen G. White com os escritores bíblicos. Ela não seguiu corretamente as referências históricas (mesmo estando sob inspiração), não procurou de nenhuma forma deixar claro aos seus interlocutores o que estava fazendo e só fez modificações em uma das obras (O Grande Conflito) porque os colportores pediram.

 

  1. É importante que a Igreja de fato esclareça aos membros sobre a obra de Ellen White. Mas se há de fato uma intenção de mudar a postura histórica adventista com relação à Ellen White, ao esclarecer seus métodos de produção literária e detalhes sobre sua vida e obra, é vital que os administradores saibam que isso pode deixar alguns irmãos chocados e decepcionados. Mas, nessa hora, o antigo ditado tem seu valor ampliado: antes tarde do que nunca.

 

 

 

 

Conclusões

 

 

 

Há duas coisas importantes nessa conclusão. Uma é observar o que disseram os apoiadores e amigos da Igreja Adventista e a partir daí tirar conclusões sobre a questão do empréstimo literário na obra de Ellen G. White. A segunda é tentar imaginar qual seria a melhor solução para a Igreja Adventista ao enfrentar as verdades sobre esse problema.

 

A importância de analisar o que disseram apoiadores é relevante, pois é claro que os críticos do ministério de Ellen G. White acreditam que ela era uma plagiadora. Que copiava indiscriminadamente de vários autores para compor suas obras, não citava suas fontes e apropriava-se de produções de seus colaboradores e assistentes literários. Além disso, de maneira direta e indireta, ela negou que tivesse agido dessa maneira.

 

Poderíamos falar de várias pessoas ligadas a Igreja ao longo da história do movimento, mas a análise das conclusões do Relatório do pesquisador Fred Veltman fala por si. Afinal de contas, foi a própria Igreja Adventista que pediu a investigação, montou a equipe e convidou um obreiro adventista, o Ph.D. Fred Veltman para conduzir as pesquisas. O peso e o impacto das declarações do relatório não podem ser subestimados.

 

Após mais de cem anos de negativas oficiais, um documento oficial da Igreja é produzido por uma equipe, liderada por um expert no assunto de análise literária, numa pesquisa que levou mais de oito anos e consumiu mais de quinhentos mil dólares.

 

As afirmações são categóricas e objetivas. Fred Veltman não utiliza a expressão ‘plágio’, mas como se pode ver pelo teor do Relatório, os eufemismos ‘empréstimo literário’ e ‘dependência literária’ apontam claramente nessa direção. Fred Veltman, pesquisador da Igreja adventista, falando oficialmente na Revista destinada aos pastores (publicação oficial) diz sem rodeios que foi Ellen G. White “quem tomou expressões literárias das obras de outros autores sem lhes dar crédito como suas fontes.” (Ministry, nov. de 1990, p. 11).  Ou seja, não se pode falar de uma conspiração, de alguém ‘armando’ para prejudicar a sra. White, de assistentes literários inserindo ideias de outros autores de forma camuflada nos escritos dela. Foi ela mesma quem fez isso.

 

Veltman continua e diz que “Ellen G. White utilizou os escritos de outras pessoas consciente e intencionalmente.” (idem). Após um trabalho exaustivo que consumiu milhares de horas, quase três mil dias, muitos meses e anos, numa análise aprofundada, a equipe de investigação de Fred Veltman pôde concluir claramente que a profetisa agiu de forma consciente e intencional. “As semelhanças literárias não são o resultado de acidente ou memória fotográfica.” (idem).

 

Veltman vai além e confirma que mentiras foram contadas para acobertar o questionável procedimento. De maneira direta e indireta, “implícita ou explicitamente, Ellen G. White e outros que falaram em nome dela, não admitiram e até negaram a dependência literária [plágio] da parte dela."  (idem).

 

O comportamento errático, as negativas oficiais, o acobertamento por parte da igreja e da liderança, levam o Ph.D. Fred Veltman a afirmar que Ellen G. White teve abaladas a sua honra, sua integridade e até mesmo sua confiabilidade. (idem, p. 14). Um duro golpe. Mas fazer o quê?

 

Para defender Ellen G. White, nos livros que procuraram justificá-la e no site oficial, escritores e redatores citam as referências existentes na obra “O Grande Conflito”. Destacam também a introdução dessa obra que afirma que no livro foram utilizadas citações de outros autores. Mas essa postura é enganosa e evasiva, pois leva membros sinceros e alguns incautos a pensar que sempre foi assim e que o mesmo se passa em todas as obras da autora. O Grande Conflito recebeu diversas modificações entre a década de 1880 e 1910. Mas uma ampla modificação da introdução e a colocação sistemática de várias fontes de referência ocorreram somente a partir da edição de 1911. E esse tipo de correção não foi feito nas demais obras, após passados tantos anos.

 

Vários livros da autoria de Ellen G. White têm extensas citações, pensamentos, trechos, sequência de páginas, títulos de capítulos e construção de ideias e sentido extraídos de outros autores anteriores ou contemporâneos dela. Patriarcas e Profetas, Profetas e Reis e Atos dos Apóstolos são gritantes exemplos dessa prática chamada de ‘empréstimo literário’.

 

O projeto ‘Desire of Ages Data’ conduzido por Fred Veltman, como diz o nome, só foi feito com a obra O Desejado de Todas as Nações. E revelou o uso de no mínimo 23 (vinte e três) diferentes fontes sem a menção dos autores. Não foi feita nenhuma referência a eles. Ellen G. White copiou tanto de outros autores nessa obra, que Veltman afirma que "a maior parte do conteúdo do comentário de Ellen G. White sobre a vida e o ministério de Cristo, O Desejado de Todas as Nações, é mais derivado do que original.” (Ministry, nov. de 1990, p. 12). Será que isso é tudo? Não. Veltman diz que nenhuma ideia na obra é apenas dela. Nenhuma. “Em termos práticos, esta conclusão declara que não se pode reconhecer nos escritos de Ellen G. White sobre a vida de Cristo nenhuma categoria geral de conteúdo ou conjunto [catálogo] de idéias que sejam somente dela." (idem).

 

Fred Veltman chega a ser ousado quando faz algo que nenhum outro teólogo adventista antes dele ousou fazer. Mesmo sabendo que a Igreja colocou Ellen G. White no patamar dos profetas e escritores bíblicos, ele chega ao ponto de questionar e por em cheque o tipo de inspiração dela. Questiona até mesmo o “papel dela como uma profetisa.” (idem, p. 13). É claro que ele tem que questionar, pois além de tomar as ideias dos outros em suas obras, ela exigiu direitos autorais para si e os deixou como herança para filhos, netos e bisnetos.

 

Muito bem, foi feita a admissão oficial, fruto de pesquisas. Ellen G. White era uma plagiadora. Ou, como deseja a Igreja Adventista, uma tomadora de ‘empréstimos literários’. Iniciaria a Igreja Adventista um novo capítulo em sua relação com os escritos e obra de Ellen G. White? Seria Ellen G. White rebaixada a uma simples conselheira? O mito Ellen G. White seria colocado no seu devido lugar?

 

Quanta ilusão. Nada foi feito. A Igreja certamente deve ter avaliado que o Relatório foi uma concessão indevida, pois incrementou ainda mais as suas táticas de defesa do ‘Espírito de Profecia’. Um livro e uma Bíblia seriam as respostas às conclusões do Relatório Veltman.

 

Patrocinou Herbert Douglass para escrever um livro onde ele defende e justifica de forma completa o comportamento errôneo de Ellen G. White. Ele chama de criatividade e seletividade a prática dela de copiar e reorganizar os textos dos outros. (Herbert Douglass, Mensageira do Senhor, p. 451). Douglass retira de Fred Veltman frases isoladas para dar a impressão de que o Relatório é favorável a Ellen G. White, quando na verdade uma simples leitura do mesmo mostra o contrário.

 

Herbert Douglass defende Ellen G. White fazendo comparações dela com autores bíblicos que mencionavam uns aos outros. Entretanto a sra. White, de acordo com Fred Veltman, utilizou obras de ficção para compor um livro sobre a vida de Cristo. Isso mesmo, ela tomou ideias de autores que não estavam escrevendo a partir de uma perspectiva bíblica. E escondeu esse fato. Até mesmo Francis Nichols, um ferrenho defensor de Ellen G. White, admite que ela fez uso do livro apócrifo de II Esdras. (Referências a Esdras em A Word to the Little Flock aparecem nos rodapés do folheto, p. 14-20, “Ellen G. White and Her Critics”, Washington: RHPA, 1951,  apêndice, p. 561-84).

 

Douglass afirma que os críticos estão muito preocupados com a quantidade de fontes que Ellen G. White utilizou e isso não é importante. (idem, p. 457). Nesse ponto Douglass tem razão. Não é a quantidade de ‘empréstimo literário’ [plágio] que importa. O que de fato importa é que ela, muito ou pouco, copiou de outros, não deu o devido crédito a eles, mentiu e negou que tivesse feito isso e além do mais, foi apoiada pela administração da Igreja ao longo de cem anos na negativa de que ela tivesse agido assim (quando eles sabiam da verdade sobre o assunto).

 

Mas para não trair sua consciência, Douglass deixa no seu texto preciosas e esclarecedoras informações. Na página 456 de seu livro em defesa de Ellen G. White, ele diz que os textos e trechos de outros autores transcritos por ela sem citação de fontes, “copiados ou parafraseados foram usados não somente na produção de seus livros”, mas também em cartas, sermões, diários e às vezes até mesmo “para expressar pensamentos que lhe foram diretamente inculcados em visão”. Douglass parece não ter refletido muito bem sobre o que escreveu. Em sua pesquisa ele descobriu que até mesmo para descrever o que viu em visões, Ellen G. White teve que utilizar textos de outros autores. Isso é impressionante. Não é essa uma clara confissão da prática ampla e organizada de ‘plágio’?

 

A glorificação de Ellen G. White pela Igreja Adventista ultrapassa o bom senso. Deram a ela um título divino (Espírito de Profecia); defenderam-na da prática de qualquer erro; justificam suas práticas antiéticas; escrevem uma Bíblia com comentários dela (Clear Word Bible) e em reuniões quinquenais da Associação Geral, reforçam o mito para incentivar a devoção e alavancar as vendas de seus livros.

 

A santificação e endeusamento de uma mulher ocorrem na Igreja Católica.  A Igreja Adventista parece ter achado isso bem interessante.

 

 

 

 

Histórico da questão do Plágio nos escritos de Ellen G. White

 

 

 

1846 – 1915

 

Período da produção literária de Ellen G. White (Livros, artigos, cartas, livretos, manuscritos)

 
 

1863

 

Primeiras críticas relativas a utilização dos escritos de outros autores sem atribuir-lhes crédito.

 
 

1875

 

Mary Clough, sobrinha de Ellen G. White, denuncia a metodologia literária da tia, confessando ao pr. Adventista George B. Starr o seu mal-estar em participar de tais atividades.

 
 

1883

 

Após ameaça de processo por causa do livro Sketches of Life of Paul, escrito por  Ellen G. White a partir do livro A Vida e as Epístolas de Paulo, dos autores Conybeare e Howson, a Editora T. Y. Crowell Co. New York faz acordo com a IASD e o livro foi recolhido.

 
 

1911

   
...

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Aqui temos um distanciamento entre a teologia de Paulo e a teologia que se destaca mais nos escritos de EGWhite. (Exceptuamos desta análise o livro "Caminho a Cristo" que centenas de evidencias apontam ter sido feito por outra autora, assistente de E G White, a Sra  Fannie Eugenia Bolton,  que inclusive  reinvindicou sua autoria,  exceptuamos tambem  grande parte do maravilhoso livro "Desejeado de Todas as Nações", tambem copialado de autores não citados do  escritorio de redação com varias assistentes de  EGWhite.

 

 

 

Livros que Demonstram ter o dom do Espírito de

Profecia que foi dado a "Todos" os irmãos _ Cor 14:31 e Apocalipse 19:10

 

"Porque Todos podereis profetizar" I Corintios 14:31

 

Estamos buscando listar grandes e inspirados autores para que sirvam de referencia em nosso jornadear cristão, qualquer indicação sua será sempre bem-vinda!!!

 

Paul Washer 

Steven Lawson 

Oswald Chambers

A W Pink  

Livros Abençoadíssimos

 

 

 

ERLO STEGEN

TESTEMUNHO ACTUAL NO MEIO DA TRIBO MAIS SANGUÍNÁRIA DE ÁFRICA

 (AVIVAMENTO NA ÁFRICA DO SUL)

 (AVIVAMENTO COMEÇA POR TI)

 

RICHARD WURMBRAND

 

 UM MÁRTIR NAS PRISÕES COMUNISTAS.

 (CLIQUE PARA LER)

 

DEVO MUITO A ESTES HOMENS E, EM ESPECIAL, A RICHARD WURMBRAND. EIS A MINHA HOMENAGEM A ELES. RICHARD WURMBRAND ENSINOU-ME A BUSCAR COM FERVOR E POR AMOR; ERLO AJUDOU-ME A ACHAR; FINNEY AJUDOU-ME A MANTER O QUE ACHEI; BUNYAN ENSINOU-ME A SONHAR COM A REALIDADE, ISTO É, A PERSEVERAR. AGRADEÇO AO SENHOR JESUS O PODER OLHAR PARA ELE HOJE, POIS, NÃO SABIA QUE ELE ERA REALIDADE, QUE ELE É REI. AGORA SEI. "VEM, SENHOR JESUS..."

 
 

A VIDA DE

 CHARLES FINNEY

 1ª PARTE

 2ª PARTE

 3ª PARTE

 4ª PARTE

           
   
 

JOHN BUNYAN

 

(ESTA EXCELENTE BIOGRAFIA  ENCONTRA-SE AINDA EM FASE DE TRADUÇÃO)

 

 (CLIQUE PAR

 

 

 

 

No estudo bíblico a respeito do dom profético o pastor Bullon comenta 4 criterios para identificar um verdadeiro e um falso profeta:

 

1. Confessar que Jesus veio em carne I João 4

2. Estar de acordo com as escrituras Isaias 8

3. Ser uma pessoa honesta e amorosa  na vida "pelos seus frutos"

4. Não devemos temer profetas que falam com soberba devido não cumprir o que eles anunciaram Deuteronômio 18:22

 

Destes quatro criterios quantos E G White e qualquer profeta passariam?

 

Tive muitas boas experiências com Deus ligado aos escritos de EGWhite, mas depois descobri de forma muito traumática para mim  que a maioria dos seus escritos não eram dela, e depois descobri que havia diversas diferenças entre ela e Paulo...erros e diferenças de enfoques que Jesus deu...então fui ficando com maior cuidado em relação a acreditar na infabilidade dela ou como uma espécie de porta-voz dos céus como acreditava..

 

Hoje , eu continuo valorizando os escritos copiados ou supostamente sendo dela e de suas assistentes , mas leio com cuidado, à luz do que Jesus , Paulo e a Biblia ensinam..o que concorda com as escrituras ok, o que não concorda..eu filtro..

Mas mesmo vendo falhas como foco na lei em dias de nova aliança, no dever em vez do ser, apresentando um juizo investigativo quando Jesus declara que quem nele cresse não entraria em juizo (João 5:24) pois é sua justiça e não a nossa que já foi julgada e condenado em nosso lugar ,  creio que alguns dos escritos atribuídos a ela são  um poderoso instrumento de Deus. 

Todos falhamos,  eu e vc que lê este escrito,  e toda pessoa sincera e justa é  como a luz da aurora vai brilhando cada vez mais. Não sei se ela se arrependeu das mentiras que propagou, se colocando como visionária de algumas visões nas quais estava apenas copiando escritos dos outros, e colocando seu nome em grande escala de citações de outros autores. Espero sinceramente que ela tenha se arrependido e que possa ser salva pela misericordia de Deus.

As escrituras ensinam que "todos podereis profetizar" I Corintios 14:31 , e uns falem e outros julguem ..só Jesus é a verdade, só Ele é a luz infalível de Deus..a Ele honra e gloria somente , a Ele assentado em seu trono com Pai e ao Espírito sejam dados honra, gloria e louvores. 

Creio tambem que alguns erros que ela cometeu como copiar diversos autores e não citar a autoria,  algo bem conhecido da associação Geral e da maioria dos teólogos, muita gente  não o faria..então exerço misericordia e fé na misericordia divina  para continuar tendo alguma simpatia por ela em si..quanto a livros dela, é outra historia..são muito bons porque foram diversos autores inspirados e bem copiados e selecionados pelas assistentes de EGWhite (mais de 25 trabalhando dia e noite durante quase 30 anos) escritos estes aprovados por ela e que levaram seu nome.

Percebemos quanto ao novo testamento que EGwhite dificulta ideias do novo testamento e deve ser filtrada sobretudo quando o assunto for transição entre judaismo e cristianismo.